Crônica Musical
 
Álvaro Magalhães Jr.
 
Ah, se tudo fosse como estes últimos três meses !!! Rubalcaba, Lee Konitz,, Maria João, Leny Andrade, Duo Assad, Baden, Gal, Art Farmer, o Vítor milongueiro, o Free alemão, o Nelson Freire com orquestra estrangeira e, de quebra, o Carreras cantando a Missa Criolla. Isto sem contar com o Jamiroquai, Paralamas, Café Tacuba e algum esquecimento.

A cantora portuguesa Maria João é uma artista de primeira. A moça interpreta e improvisa de verdade, misturando elementos africanos, brasileiros e até portugueses. Cantou a Beatriz do Edu Lobo como só o Milton faria. Ela e o pianista fizeram uma quase balada misturando o estilo de K. Jarret com um lamento sem palavras que foi coisa de gente grande.

O pianista cubano Gonzalo Rubalcaba está entre o melhor que "jazz" produziu nos anos 90. Desde o grupo do Hermeto não pintava música tão boa feita por latino-americanos. Ele veio com mais três músicos cubanos espetaculares. Está pra sair um disco dele com o Joe Lovano. Imaginem algo reunindo a portuguesa e o cubano. [Pena o prejuízo financeiro do produtor, o L. P. Fedrizzi. Mas foi um tufo memorável]

Pro meu gosto, o Lee Konitz - ídolo máximo do S. B. Karam - fez o show do ano. Lirismo e criatividade aos borbotões. Isto que teve o emocionante show do Baden Powel. Um grande show de "voz e violão" nos faz sonhar com tudo aquilo que poderia ter sido este país (como o prof. Ostermann escreveu melhor na ZH).