That’s Hollywood - Part I

por Magda Oliveira

O ódio é o tesão contido retido transtido rugido sentido na Hollywood dos anos dourados quando o glamour e a sensualidade se confundiam a whiskys derramados e crises alimentadas por estrelas mal amadas de tão amadas odiadas por fãs alucinadas e agentes inescrupulosos no frenesi do star system de produtores ambiciosos e ídolos aturdidos de olhos esbugalhados e sorrisos de acrílico com suas vozes de veludo e pés ágeis e ritmados com Astaires voando para todos os lados e Gingers emplumando os estofados das salas de cinema com sua tela luminosa p&b ou technicolor ao som de "Gotta dance! Gotta dance! Gotta dance!" Um outro mago voador com seus sapatos lustrosos e sonoros fazia Judy rir e chorar diante de uma gigantesca fogueira montada especialmente para o estúdio não para uma crise histérica da estrela mas por ser bonito e banana que é fruta que engorda e faz crescer não livrou Carmem Miranda de seu triste destino de fama e errou Flynn quando pensou ser imbatível como seu herói Robin Johnny não foi pego pelos crocodilos mas morreu berrando feito um estúpido para olhos atordoados com bestial apresentação afora os carcomidos por canceres ou males de Alzheimer esquecidos de seu passado de glórias de berros de desespero de desilusão para quem não quer saber que tudo não passou de ilusão, amém.