Olha o desemprego aí, gente!

por Lulit

 

Na pirâmide das necessidades vitais para atingir pelo menos o mínimo denominador comum da subsistência da espécie, a ordem está a seguinte: comida, emprego e educação. Depois vem todo o resto, entendendo como doença a decorrência da má comida. Sem educação, o cara é capaz de ficar apenas comendo e trabalhando num mundinho simples, que pode até ser aconchegante para seus habitantes. Mas sem trabalho, o sujeito entra numa viagem de futilidades, de preguiça, de depressão, de desespero, que acaba com a vida pessoal e coletiva do indivíduo. O desemprego está minando a sociedade de uma forma brutal, gerando roubos, assassinatos, lotando cadeias e aumentando consideravelmente o neo-nazismo entre a meninada que não encontra nada para fazer.

No Brasil, onde mais uma vez a economia entrou na realidade, mostrando que ainda existe uma sutil diferença entre povos pobres e ricos, fica ainda mais difícil esperar que o governo FHC (eleito por cidadãos com muito pouco penso, quer seja pela mídia, por medo de perder fortuna ou por ser limitado mesmo) faça alguma reforma de peso contra o desemprego.

Também não fazem nada porque é consenso repetir: "O desemprego é mundial". Só que no Brasil não tem seguro desemprego decente, benefícios sociais, nem vagas dentro da casa das famílias para sustentar filhos que não conseguem nada lá fora. No Rio Grande do Sul, com um governo novo, fresquinho, (apesar das lideranças terem emendado as eleições com a dura tarefa de conduzir um estado falido), se espera que esteja saíndo um eficiente plano de combate ao desemprego.

Curiosidades sobre o tema:

Em Santa Catarina, nasce uma nova categoria de empregados: "Os acompanhantes de engarrafamento". Como há 4 anos as estradas catarinenses são completamente congestionadas em determinados trechos, agora, por apenas 10 reais, você pode botar um acompanhante em seu carro ou seguir um táxi que vai lhe levar por bibocas pouquíssimo conhecidas, estradas recém-abertas a facão, para um ponto logo após o engarrafamento. É isto aí, Amin, gerando empregos e abrindo picadas!

Em Nova York, cidade cheíssima de empregos e de desempregados, uma categoria vai ser extinta: a de porteiro de cinema. De sua casa, você já pode ligar para o cinema reservando automaticamente sua poltrona. Dando o número de sua tarjeta, quando chegar no cinema você passa seu cartão numa maquininha onde o débito cai automaticamente em sua conta. Moderno, hein, Bill Clinton! Pena que um presidente não pode ir ao cinema.

Espero que o emprego de produtora ainda dure um pouco mais. Afinal de contas, o que seria do mundo sem produção?