Um problema puxa outro

de Lucas SD

Sabe quando uma pessoa quebra o braço ou a perna e todo mundo fica perguntando o que aconteceu?!

Ok, vamos supor que você tenha quebrado o braço jogando futebol com os amigos no fim de semana. Eles te levam até o pronto-socorro para tirar um raio-x e por fim engessar o dodói. Fora a chateação do braço você está tranquilo. Mas você nem percebe que é domingo, e terá que enfrentar uma guerra no dia seguinte.

Bom, é segunda-feira. O relógio marca 7 da manhã. Você acorda, se arruma com certa dificuldade, e vai pro trabalho. Você vai de táxi porque não pode dirigir, sendo assim,acaba sendo obrigado a passar pela portaria do seu prédio. Então o porteiro vem e diz: "O que aconteceu com Senhor? Andou botando a mão onde não devia?" - solta aquela risada rasgada - "Hehehe.. cof, cof".

Tá, até aí nada de mais. Até que foi engraçado, mas e pensar que isso vai te acontecer pelo menos pelos próximos 5 ou 6 dias, até que todos seus conhecidos saibam do acontecido.

Seguindo o corredor da morte você entra no táxi. O taxista, que é um relações públicas nato, tenta quebrar o gelo perguntando o quê há com seu braço, então você conta tudo de novo, exatamente a mesma história que contou pro porteiro há 40 segundos.

Você chega no seu trabalho. Bom, agora você tem que passar pela cortina de fogo. O porteiro, o segurança, o ascensorista (carinha do elevador), os colegas de trabalho, a secretária, e por aí vai. E então, depois de cerca de 15 ou 20 minutos contando a mesma história dezenas de vezes, você senta na tão esperada cadeira do seu escritório - daquelas enormes, que se enclinam para trás - põe os pés sobre a mesa e dá um longo e prazeroso suspiro, e... o telefone toca, são 8 horas da manhã, é a sua mãe ligando pra saber como você está. Ela ficou sabendo que você tinha sofrido um acidente. O porteiro do seu prédio contou pra faxineira do condomínio, que faz uma limpeza semanal no apartamento do cara do 303, que é primo de segundo grau da sua namorada da época de colégio, que tem uma sobrinha que trabalha como cabelereira no instituto onde sua mãe faz as unhas.

Ah, que inferno!!!! Mas sabe de uma coisa? Nenhuma dessas pessoas tem a intenção de te infernizar. A maioria delas nem quer saber se você está bem ou mal. Elas só fazem essas perguntas por que sim! E não há nenhum outro motivo. Você sequer pode culpá-las de tornar o seu dia um saco, pois, você tembém faz isso com as outras pessoas sem se dar conta.

Essa é mais uma das situações criadas a partir do nada e que para sempre acontecerão. Assim como a chuva que sempre cai e sempre cairá.E as pessoas não se enchem de comentar sobre o tempo.