BOLO INGLÊS NO CAMPARI
por Miguel da Costa Franco
 

Todo o dia era aquilo. Meu fofo, docinho, querido. Voltou mais cedo hoje? Já vai sair? Tem namorada, gostosinho? A lareira tá acesa, não quer entrar? E eu meio sem jeito, aquela velha era muito estranha. Velha não, é exagero, mas já estava meio passada. E tinha uma cara de doida, vivia lambendo os lábios de um jeito meio babão, a boca frouxa salivando demais, o copo sempre na mão com umas bebidas estranhas. Vermelhas. Ou meio leitosas. Ou com alguma fruta dentro, que ela ficava chupando com aquela bocona lá dela. Além do mais, dava dois de mim.

Ela adorava apoiar o bundão na guarda do portão, as pernas gordas balançando para o lado de fora do muro, a saia curta oferecendo à visão o escuro do entrepernas gorducho. Confesso que bati algumas pensando na buceta gorda dela, que eu imaginava arreganhada como essas de revista. E bem peluda, já sabem o porquê. A cara dela não ajudava nada mas os peitos eram duas melancias das grandes. Ficava ali pela frente sempre na hora de eu chegar. Ou do Leôncio, meu vizinho. Ou mesmo do meu irmão Pedro. Quando os pais dela não estavam, então sai dessa, ela vinha com tudo.

Um dia me pediu para ajudar a colocar no lugar as cortinas. Tinham escorrido dos trilhos. Disse também que adorava bolo inglês mergulhado no campari. Eu achei que era loucura dela mas entrei. Não tinha nada melhor para fazer. E já andava meio curioso.

Ela me puxou pela mão, me chamava de docinho, de amor, essas coisas. Me ofereceu um teco do uísque dela e eu dei um golão. Zerei o copo, para me animar. Fiquei meio grogue direto. Depois dei uma tragada do cigarro dela. Foi muito nojento: estava todo babado, mordido, quente e amassado. Ela encheu o copo, agora com campari.

Perguntei pela cortina e ela me levou lá para o quarto. É essa aqui, fofinho, e estava meio despencada mesmo, mas parecia despencada há anos. O quarto todo devia estar despencado há séculos.

Quer mais um gole, não quer, fofurinha?

Tem uma escada?, eu disse, concentrado em bancar o bobo.

Vou te trazer uma escada, querido, se é o que tu queres, ela disse com os olhos se despejando em mim de um jeito estranho. E em seguida me botou uma escada na frente e eu comecei a subir com cuidado. Depois, me concentrei na cortina.

Ela pegou nas minhas canelas, só prá te firmar, docinho, e eu enfiando as argolas da cortina no trilho. Ela começou a alisar as minhas coxas, meio que subiu na escada atrás de mim, a carona enfiada nos meus fundilhos.

Já tá pronto, eu disse, e fui tentando descer, e as mãos dela  não deixavam, foram deslisando pelas minhas coxas até alcançarem o meu pau e ela ficou se esfregando na minha bunda, eu sentindo aqueles peitões apertados nas minhas costas. Então ela me virou e me deu um beijo melado na boca e eu juntei os peitões dela com as duas mãos, e fiquei alisando e apertando, vou tirar a blusa para ti, docinho, sussurrou. Ahrran, ahraan, eu disse, e ela se esfregava no meu pau duro por cima das calças e apalpava com gana e então eu enfiei um tetão daqueles na minha boca e vi que ela estava soltando o cinto das minhas calças e enfiava a mão por dentro das minhas cuecas e eu levantei a sainha vermelha e botei a mão na pererecona dela. Senti a calcinha meio molhada e ela começou a mover a mão para cima e para baixo e aquele cheirão ardido de pau meio sujo se espalhou por tudo.

Ele tinha ficado duro que era um poste e então ela veio de novo com aquela história de que adorava bolo inglês com campari, e eu disse hein?, e foi aí que eu senti uma coisa gelada no meu pau. Ela tinha enfiado o desgraçado dentro do copo de campari, e eu disse que que é isso?, e ela disse que era bom e me fez sentar na cama e se debruçou em cima de mim com aquela peitarra me roçando as coxas e engoliu o meu pau com tudo e lambeu, lambeu todo o campari que tinha ali. Depois derramou mais e ficou apertando os meus bagos com força enquanto lambia, e eu já estava até com um pouco de medo mas era uma tesão danada.

Então um farol de carro cruzou pela peça e ela disse é o meu pai, te arruma, te arruma, e eu levantei na corrida, a porra vindo de um jeito que não dava mais para segurar, ficou tudo recheando a cueca, e fomos correndo para a sala e sentamos no sofá, ela botou o campari sobre a mesa e ficou ajeitando o sutiã, puxando o vestido, penteando os cabelos, eu ali afogueado escondendo o pau ainda duro com uma almofada grandona de veludo grená.

Não é que me entra o pai dela na sala todo sorridente, e aí, pessoal?,... tu aí, vizinho?, já era tempo mesmo duma visitinha..., e me passou a mão nos cabelos, pois é, eu disse, já era tempo mesmo, louco de medo que a meleca da cueca já tivesse molhando as minhas calças.

E aí, Virgínia, ele disse virando-se para ela, tomando um camparizinho? E pegou o copo e deu um gole grande. Uhn, ele disse, mas tu hoje botou aqui um limãozinho, não foi? E foi a vez dela dizer ahrran, ahrran e eu me caguei de rir por dentro porque por fora fiquei sério como uma freira, já tô indo, Virgínia, passo aí outra hora,... arrumei a cortina dela, seu Plauto, precisando qualquer coisa...
 

Miguel da Costa Franco
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