ASSUNTO: PENINHA (QUE NÃO É BUENO NEM AUTOR DA CAETANO SONG SOZINHO)
Data: 13 de fevereiro de 2000
puta que pariu. que peninha que eu tava sem um mísero pc por perto para participar do NÃO putaria. se arrependimento matasse, hoje eu estaria num cemitério qualquer. grande abraço. de volta ao normal. Frank Jorge
*campanhas...
Porto Alegre é legal mas ainda é uma bosta
Vamos acabar com todas as bandas da cidade
Ator Global sim é Farrapo
Quero abrir minha própria agência
Filhos: melhor não tê-los, mas é bem divertido fazê-los
Meio dia é almoço integral mas depois da janta o melhor é um teco
ASSUNTO: NÃO 70
Data: 11 de fevereiro de 2000-02-15
Sugiro que o NÃO 70 seja sobre drogas. Um NÃO Drugue. Psychodélico, acogumelado, verde, travado, risonho, desesperado, ou, ora bolas, educativo, por quer não? Eu já tenho minha receita de chá pronta. Taí a dica.
LAP, viciado em cerveja.
"Não basta que teu mundo acabe. É preciso que a pancada destrua toda a tua vida."
ASSUNTO: ELOGIO E SUGESTÃO
Data: 11 de fevereiro de 2000
Olá pessoal do Não. Sou Fábio Rosa da Costa, estudante de Psicologia da UFRGS. Tava vendo a matéria da pesquisa feita pela UFRGS, e, olha, não me surpreende muito aquele fato ocorrido (e abafado). Semestre passado, houve palestras na Administração com o gilberto simões pires (nem me digno a por seu nome em letra maiúscula) como um dos palestrantes!!! Eu estava meio por fora do Não (não é a toa que estou vendo esse texto um pouco antigo, mas nem por isso passado!), mas quero aproveitar para parabenizar a todos por manter um espaço onde se possa dizer NÃO a essa avalanche de "verdades" que nos são impostas. Gostaria também de sugerir que vocês incluam o sítio do senado federal (www.senado.gov.br) como sugestão. Vi esse sítio no jornal da cultura e, disseram na reportagem, que algumas das sugestões são ouvidas! Não custa nada tentar (apenas a ligação telefônica, tempo, a utilização do provedor, ter saco para pedir para enviar do computador do seu amigo, já que o seu teve aquelas panes que nem o Bill Gates sabe explicar...) Um abraço, Fábio Rosa da Costa
ASSUNTO: QUEM SABE MAIS UNS SÍTIOS?
Data: 10 de fevereiro de 2000
Olá! Aproveitando a deixa da atualização dos sites recomendados, mando estes, que são coisas bems boas!
http://cgi.mercurycenter.com/comics/
Ele vem a ser uma "página de quadrinhos virtual", onde vc escolhe entre umas 100 tirinhas o que quer ver e a cada dia é só ir la e olhar. É de graca e os caras não ficam enchendo o saco com spams e coisas do gênero. Também tem
Onde vc visita as tirinhas individuais, mas não é tão legal ou prático quanto o outro. Alem disso nesse aqui o Doonesbury não é colorido! E tem mais... Dá pra ver os cartuns atuais do acidésimo Jules Feiffer em
http://www.uexpress.com/ups/opinion/cartoon/jf/index.html
O cara continua feroz como sempre! Depois de visitar o Verissimo atraves do link direto, percebi que ainda carrega um monte de tralhas (relógio, notícias, anúncios, menus, etc etc) o que faz demorar muuito mais. Mexendo na página, encontrei o link que leva direto ao texto do Verissimo, que pode ser do seu interesse...
http://www.zh.com.br/coluna/luisfv/pagina1.htm
Até mais. Roberto
ASSUNTO: PISARAM NO MEU PALA!
Data: 9 de fevereiro de 2000
Como sei que várias respostas vão ser dadas para o sr. Gustavo Fernandes, nem sei se vai sobrar espaço pra minha. Vou deixar que a defesa do Lula, com quem nem simpatizo muito, e do PT, do qual não faço nem quero fazer parte, pois fazer política não significa, necessariamente, ser filiado a algum partido, mas sim, atuar inidividualmente de acordo com os interesses em comum, e, não o contrário, atuar coletivamente de acordo com os interesses individuais, seja feita por outras pessoas. Pois bem.
Só que o sr. Gustavo Fernandes usa frases como esta: "Se nem os paulistas adulam o Lula, por que vocês haveriam de fazê-lo? Depois reclamam quando são lembrados, ao lado do Rio de Janeiro, como os únicos estados que elegeram Leonel Brizolla." Então, vejam só. Somos excluídos do pensamento nacional vigente. Somos, nós, os gaúchos, condenados ao limbo político. A política de Getúlio Vargas. Parece que esse sentimento passa de geração em geração. Getúlio foi um ditador? Foi. Mandou prender e matar? Mandou. Mas, infelizmente, é um dos únicos que ainda tentou transformar este pais numa nação livre e forte. Certamente pensamentos assim nos levam a enaltecer "estadistas" como JK, que só fez foi aumentar a dívida, a inflação e construir aquela baboseira gigantesca que é Brasília. Tudo bem. O ícone do Fernando Henrique é o JK. Por isso que estamos caminhando para o mesmo atoleiro que os "inteligentes" argentinos já se afundaram.
A sorte, acho, é que o Brasil é tão grande que o Fernando Henrique e o PFL não têm forças pra conseguir vendê-lo assim "no más". Não que eu defenda as estatais, não. Mas o grande problema disso tudo é que nesse momento, e do jeito que é governado (?) esse país, fazer dinheiro com estatais não vai dar em nada. Vai melhorar a situação da saúde? Não, não vai. Ou vocês acham que o noticiário de destruição do sistema hospitalar na Rede Globo é boa vontade jornalística? Pode até ser por parte do jornalista, mas não de seus superiores.
Nada melhor que mostrar o horror de uma fila do INSS pra fazer com que a classe média fique horrorizada e ligue na mesma hora prum zero-oitocentos e faça um plano de saúde particular na mesma hora. Já estou ficando cansado dessa ladainha. Vão aniquilar o INSS, destruir o FGTS e o número de excluídos aumenta cada vez mais. E a segurança? O Rio Grande do Sul e Porto Alegre nunca foram tão violentos pra Zero Hora como nos últimos meses. Na verdade, continua violento. Só que agora o governo não é do "nosso lado". Manda cobrar ICMS da TV a cabo. Mas a RBS se enterrou em dívidas e está ficando desesperada. Até é compreensível. Não têm mais onde se segurar. E a educação? Nem vou comentar. Os professores ganham uma gigantesca ninharia. E os governos municipais, estaduais e federais fazem ... nada! A educação é um lixo. E vender estatais vai ajudar nisso? Melhorar nossas vidas? Ah, vai diminuir os custos! Os custos de quem, mané? Do governo?
A população quer, e não sou nem um pouco original em escrever isso, saúde, educação e segurança. Saúde gratuita. Educação gratuita. Segurança gratuita. Respeito aos seres humanos. Quer um Estado controlador da política econômica. Nem precisa ter participação em empresas. Só tem que mandar no pedaço. Botar uma ordem nessa suruba. Nada dessa história de deixar "rolar solto" dos neo-chatos liberais de Massachussets (nem sei se escrevi certo) como o Pedro Malan e aquele diretinha enrustido do Ciro Gomes. Aliás, esta deve ser a alternativa do sr. Gustavo Fernandes. Se for, Deus nos livre! Deve ser por isso que ele escreveu Brizola com dois "L" ...
O BRASIL NÃO TEM GOVERNO! Essa é cruel verdade. O resto é papo. Só não vem com esse papo de "vocês, gaúchos", sr. Gustavo Fernandes. Não que acredite nessas gabolices cretinas daquele fascista separatista de Santa Cruz do Sul, mas também ficar espezinhando em cima de quem quer que seja do Rio Grande do Sul, eu não consigo deixar barato. Ainda mais da maneira que fomos e somos tratados. Por que não podemos votar diferentes? Por que não pensar diferente? Porque o medo do confronto e da polêmica? O que falta nesse país é discussão política. Temos que discutir, digladiar e chegar a algum lugar. Não dá é pra ficar parado latindo pra caravana. Pelo jeito é o que o resto do "país" que existe na cabeça de muitas pessoas deve fazer. Ou, senão, lá vem aqueles gaúchos chatos querer discutir.
Na verdade, quer saber, até a direita do RS é menos pior. Pelo menos aqui os caras são autênticos. Não se escondem atrás de uma sigla fajuta como o PFL, que no RS não existe. Cidadão é direita e bota faixa no peito. Prefiro que as coisas sejam assim: escancaradas. Do meu lado, tentando ser apartidário e desligado das instituições, pretensamente tento mudar alguma coisa com meus "ideaizinhos libertários fedendo a mofo de biblioteca". Fazer o quê? Não posso mudar minha natureza contestatória. E o bom é ser do contra (Essa frase não é minha. É do Capitão Rodrigo Cambará.)! Marcelo Benvenutti, quero que o Inter ganhe eternamente (falha nossa).
ASSUNTO: NO MÁS
Data: 8 de fevereiro de 2000
Bem, após esta série de apupos irônicos destilados com a sutileza de um paquiderme, sinto que é chegada a hora deste paulistano se desterrar voluntariamente, antes que o Gerbase tenha outro ataque histérico. Mas não sem antes apresentar minha defesa neste ridículo entrevero patrocinado pelas taras ideológicas de alguns alucinados. Portanto, eis aí a última oportunidade para meu anti-fã-clube. Vamos a ela:
1. Para começar, eu nem sabia da existência desse suposto baluarte da inteligência chamado Não. Uma grande amiga minha, jornalista gaúcha cujo nome não revelarei para evitar represálias, indicou-me o site e sugeriu que eu enviasse a crônica "Itamar quer o fim da Lei da Gravidade". Mal sabia que seria a deixa para uma crítica mau-criada do Deus de vocês, Jorge Furtado, que, entre outras canalhices e insanidades, acusou-me de menosprezar a inteligência do povo mineiro. Ora, caro Jorge, nós, de São Paulo, elegemos Celso Pitta como prefeito da capital e isso não nos torna ignorantes (embora, de fato, tenha sido uma tremenda asneira). Além disso, não foi o amado Lula que proibiu a ex-prefeita Erundina de ser ministra do então presidente Itamar Franco? Quem evoluiu, ou quem involuiu?
2. No Não 68, enviei duas crônicas com o futebol como cenário para as aberrações intelectuais e jornalísticas que assolam o país, e parece que os críticos de plantão não as detestaram o quanto gostariam. Que pena.
3. Aproveitando o ensejo de mais um absurdo protagonizado pela Petrossauro (sorry, usei uma expressão do Roberto Campos - agora vocês me matam) mandei o primeiro e-mail já sabendo o que viria em seguida. E não me surpreendi, assim, com a cartilha do Jorge Furtado explicando porque o aquele celeiro de corrupção e corporativismo deve ser mantido custe o que custar. Afinal, como dizia o brado getulista, "O petróleo é nosso!"
4. Para aumentar a diversão, veio a pergunta fatal sobre o que o Lula faz da vida. Lá vem o Gerbase com a resposta na ponta da língua: ele faz política! Que interessante: mas qual foi mesmo a grande proposta que o líder supremo da Oposição (título mais imponente que o do Darth Vader) apresentou nos últimos tempos? Isso é fazer política. Entrar em passeata com sem-terra e se meter em "Caravanas da Cidadania" é até romântico, mas é só isso que se espera do presidente de honra? Quem faz política no PT são o Genoíno, o Suplicy, o Mercadante... Estes, independentemente de se concordar ou não com suas atitudes, apresentam propostas, desenvolvem idéias e procuram criar novas perspectivas para a esquerda. O Lula é apenas o mito carismático que é lançado de quatro em quatro anos para perder a eleição e sair reclamando. Por que o PT não prepara um novo candidato mais consistente, como o próprio Genoíno ou o Dutra? Pagar dez anos de salário ao presidente de honra (que outro Partido do mundo age assim? Nem o PC chinês) para que ele repita sempre as mesmas frases e nem aprimore o seu português. O povo paulista, de onde vem o Sr. Lula, não é mais seduzido por essa imagem de santo operário. Por que o Rio Grande do Sul insiste nessa utopia?
5. De todo modo, o fato de estes míseros e-mails terem resultado em tal celeuma demonsta, implicitamente, que os gaúchos já desconfiam da lenda. Caso contrário, as respostas seriam de mero desdém. A violência das palavras (burro, mala e outras menos publicáveis) denota que a ferida foi atingida em cheio. Como, afinal, uma pessoa que não trabalha há 10 anos pode ter a solução para o desemprego? Parece que toquei no elo fraco do raciocínio pró-lula, o que não me torna nem anti-PT, nem direitista. Apenas clamo por uma alternativa melhor à que aí está. Se nem os paulistas adulam o Lula, por que vocês haveriam de fazê-lo? Depois reclamam quando são lembrados, ao lado do Rio de Janeiro, como os únicos estados que elegeram Leonel Brizolla.
6. Desta forma, caso o editor tenha decidido publicar esta despedida, vou-me embora definitivamente, sem deixar saudades, a não ser dos que vão ficar sem bode expiatório. Mas devo esclarecer dois pontos: o Grêmio de Porto Alegre é meu segundo time. Meu clube de coração é o tricolor paulista. Em segundo lugar, quero que o Inter se dane eternamente. E, finalizando, confesso que menti ao revelar minha tristeza com a primeira exclusão. No fundo, dei muita risada. Teria ficado mais preocupado se Larry, Moe e Curly se unissem contra mim, pois correria o risco de levar pancadas na cabeça e dedos nos olhos, ao contrário dos três paladinos Gerbase, Furtado e Giba, aos quais só resta o recurso de cartas ofensivas. Mas Larry, Moe e Curly já morreram. O mesmo não se pode dizer de certos patetas que se julgam donos do monopólio da verdade. Adiós!
ASSUNTO: NOS LIMITES
Data: 8 de fevereiro de 2000
Inesquecível verão 2.000...
1 - E. Nasi: Agradeço sensibilizado o elogio pelos textos (sem nenhuma ironia). Quando baixei o nível pra defender o espaço para as "comunistices" não pensei nos teus critérios para o 69. É verdade. Acontece é que, quando saem os Nãos menos "não-ficção", mais "sexuados" e mais "temáticos" fica muito difícil para as "comunistices", bem ou mal escritas. Isto aconteceu no Não editado pelo Heron, no Não-Odara e no Não Qualquer Coisa. Também aconteceu com o 69, mesmo com as ironias e sutilezas. Até aí, tudo bem, mas o surgimento de mais um neo-Paulo Francis, o Gustavo Fernandes, era o que faltava pra baixar o nível mesmo. Perdi o limite. Não vejo qualquer problema no apartidarismo ou em tentar ser apolítico. Por favor... O problema é o moralismo, é querer que outros assumam posições defendidas por uns em nome de sei lá o quê assim na marra; é, de alguma forma tentar constranger o Jorge, por exemplo, a ficar na dele. E, é claro que tu não agiste assim.
2 - Assim como o Frank Pierce, personagem do filme do Scorcese, um Não vivendo no limite não raro enlouquece. Com a necessária volta do gremista Gus, a permanência do Vinícius F., com dois ou três pedidos de desculpas e a colagem de alguns caquinhos, partiremos gloriosos para oNão 70. Com todo este fogo, o(a) próximo(a) editor(a) terá muito trabalho.
3 - Que puta filme este Vivendo no Limite. Lembrem os neo-Paulo Francis que o personagem é um funcionário público. Ele sofre e nos faz sofrer com os (seus) limites. Desliguem o computador e vão ao cinema. Álvaro Magalhães
ASSUNTO: PROVIDÊNCIAS
Data: 8 de fevereiro de 2000
O NÃO está ficando chato. Por favor, tomem as providências necessárias. Giovani Letti (leitor assíduo desde o número 54)
ASSUNTO: BRIZOLA METRALHADORA
Data: 8 de fevereiro de 2000
Parece que o PDT quer mesmo passar fogo no FHC. Todo mundo já matou alguem, mesmo que seja num sonho. Foi a partir desse ponto de partida que eu interpretei as palavras do "Coronel" Brizola: que gostaria de passar fogo no presidente, caso fosse juiz. Mas parece que o PDT e seus militantes não pensam assim, pois levaram a frase do seu comandante a sério. Recebi hoje um mail do PDT que mostrava uma pesquisa do ZAZ, vejam só:
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Assunto: SENHOR METRALHADORA Data: Tue, 08 Feb 2000 00:13:18 -0200 De: pdt <pdt@pdt-sc.org.br> Para: marcap@brasilmail.com.br
http://www.zaz.com.br/istoe/1584/politica/1584srmetralhadora.htm
ZAZ / ENQUETE (DIA 02/02/2000, ATÉ ÀS 08h00): O que você acha de BRIZOLA ter dito que gostaria de "passar fogo" em FH?
* Justo, eu quero fazer o mesmo / 58.4% - 3513 votos * É uma irresponsabilidade / 9.9% - 593 votos * É um crime / 6.0% - 361 votos * É um sintoma de senilidade / 25.8% - 1552 votos
Total de Votantes: 6019 votos
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O que o PDT pretende com isso? Mostrar que o povo concorda com as palavras de Brizola? Acho que está faltando a responsabilidade que tanto eles mesmos cobram do governo, e com razão. Se correr o bixo pega, se ficar o bixo come.
Daniel Peccini
ASSUNTO: VOLTA DOS QUE NÃO FORAM
Data: 8 de fevereiro de 2000
Mais uma desafortunada vez, ergue-se a voz dos insensatos contra o já tão espancado cinema brasileiro; através da VEJA (2. fev. 2000) e seu lacaio Celso Masson. Uma vez mais, a peso do ouro alienígena e à custa de sua própria honra, a imprensa brasileira desfere outro golpe contra o povo; que dela só esperava veracidade, isenção e imparcialidade na informação. Não pretendo protestar improdutivamente, nem vou enviar carta indignada à tal revista pervertida. Mas é bom que sejam lembrados alguns pontos, que a nossa emoção exacerbada pode encobrir. A dominação comunicativa do Brasil, a cargo do monopólio norte-americano, volta a ser um indigesto prato do dia para quem ainda tem intenção de produzir cultura no País. Não basta estarmos rifando nosso patrimônio (estatais), não basta hipotecarmos reservas minerais, hídricas, morais e estratégicas aos não-nacionais; agora, teremos de renunciar até mesmo à posse de nosso imaginário. Ainda que isso nos custe a própria identidade, já excessivamente desgastada por algumas décadas de lavagem cerebral. O título desta mensagem bem poderia ser o mesmo de um filme "comemorando" os tais 500 anos, resumindo toda a trajetória de um povo à espera de se tornar Nação. Porém, os verdadeiros significados de "A volta dos que não foram" são:
1- os apátridas voltam a atacar;
2- sempre existirão discípulos de Calabar;
3- nossos empresários sofrem de um fisiologismo incurável;
4- et cetera, et cetera e tal.
Finalizando, pode-se traduzir a piada desta maneira: da baixeza de sua estultice, falsos escrevinhadores da história do Brasil não têm pejo de prostituir sua própria Pátria, em troca do vil metal que recebem de invasores. Triste fim para esses rabiscadores de inverdades, que da propina fazem prêmio de consolação para sua incompetência. J. Olímpio
ASSUNTO: O NÃO E O SEU AQUILO
Data: 7 de fevereiro de 2000
Parece que o feitiço virou contra o feiticeiro e o NÃO também tem o seu aquilo, onde o censor é - veja só que ironia do destino - o Gerbase. O aquilo não no NÃO chama-se Gustavo Fernandes, que por suas respostas "guri indignado em chat de futebol" prova que nem toda censura é tão burra. Márcia Costa Dienstmann
ASSUNTO: OBRIGADO
Data: 7 de fevereiro de 2000
Obrigado, Márcia (e demais apoiadores de minha despótica e minimamente esclarecida censura). Mas meus esforços foram em vão. O povo pediu, e o Gustavo voltou. Tá logo ali em baixo. Boa leitura. Gerbase
ASSUNTO: O ÓBVIO ULULANTE
Data: 7 de fevereiro de 2000
A Márcia tem razão quando diz que qualquer um pode pagar por um ingresso ao cinema e poucos podem comprar um carro Zero. Acho que o raciocínio que o governo faz (ou fez) é que uma montadora gera impostos e movimenta muito mais dinheiro, além do alarde na imprensa ser muito maior.
O que o governo deveria fazer, além de dar dinheiro para produzirem os filmes, é investir na divulgação também, criar mais espaços e incentivar o público a ir até o cinema. De que adianta financiar um filme se ele não tem divulgação ou é visto por meia dúzia em cinemas mais alternativos
Não sei se o governo tem participação nos lucros, mas um filme bem sucedido financeiramente poderia dar um bom lucro para todas as partes. Daniel Peccini
ASSUNTO: LAP NA WEB
Data: 7 de fevereiro de 2000
O NÃO, infelizmente, não tem classificados. Não sei também se o editor vai deixar esta mensagem ser publicada, em se tratando da divulgação de meu site. Mas é o seguinte: Luís Augusto Popucchi, o Crazyhorse, está com página na Internet, onde publicará seus diários umbiguistas que fizeram a alegria das garotas ano passado. E publicará outros novos, já com a sua identidade violada pela sagaz reportagem da Aplauso de dezembro, feita pelo caríssimo editor desse NÃO 69, sr. Eduardo Nascii. O endereço é http://www.multimania.com/luneta/popucchi.html
Claro que o webmaster foi o próprio cavalo acogumelado, e, portanto, a página não é um show em shockwave flash. Mas tem os singelos textos, o que, espero, agrade aos leitores. Relinchos,
LAP, voltando ao mundo.
"Minhas feridas que gritam significam somente que estou vivo." (Plágio)
"Não basta que teu mundo acabe. É preciso que a pancada destrua toda a tua vida."
ASSUNTO: PRIVADAS CINEMATOGRÁFICAS
Data: 7 de fevereiro de 2000
Chatô, filme baseado em um livro extenso e interminável, não poderia ter melhor destino na tela, durando sua confecção tanto tempo quanto a do próprio livro. Piadinhas à parte, a comparação entre Chatô e as isenções fiscais na base do compadrio concedidas a gigantes da indústria que não têm pejo em ser agir como microempresas pedintes pode ser boa em teoria, mas é calcada num raciocínio desgastado e que sempre vem à tona quando alguém resolve falar com alguma propriedade sobre uma mazela qualquer. A velha tese de que um mal justifica o outro retira a discussão dos termos aceitáveis.
Senão vejamos: Primeiro, porque os protestos contra a GM ganhar isenções fiscais não partiriam da classe cinematográfica nacional - a local, representada pelo pessoal da casa de cinema, protestou sim, e com veemência. E igualar as duas posições é comparar grandezas em tudo independentes.
Segundo, porque esse elástico argumento-ônibus do "ah, mas na outra ocasião se usou outro pesos e outra medidas" é a velha pedra de toque do pensamento conservador, que o usa com bastante perícia para manter o estado de coisas que melhor lhe convém e tentar paralisar qualquer tentativa de uma opinião reformadora e que vise à adoção de um novo status, baseado em uma postura ética diversa da vigente. Isso pôde ser visto por quem quisesse no caso Pinochet, em que os Robertos Campos e Olavos de Carvalhos da vida ressaltavam a impossibilidade moral de agir contra Pinochet estando Fidel livre e ainda no poder. Como se as dúvidas que pairam sobre a legitimidade de um tivessem algo a ver com a justiça a ser aplicada a alguém que ultrapassou os limites do infame. Enquanto não se começar POR ALGUM LUGAR, não se avançará em discussão alguma.
Terceiro: Porque a própria classe cinematográfica - a que mais tem a perder com tantos escândalos em seu meio - parece estar muito conformada, silenciosa, acuada. Houvesse uma reação imediata contra a cavação por parte dos profissionais sérios e a munição dos que bombardeiam o cinema brasileiro não teria alvos tão amplos. Poucos têm a elogiável atitude do Giba, que nos mostrou faz muitas edições do Não, antes mesmo desse barulho todo, sua conversa em um grupo de discussão a respeito do assunto e em que vi, estarrecido, nomes do porte de um Roberto Farias parecer bastante desconfortável com acusações anônimas mas de algum fundamento feitas por uma desconhecida que depois saiu de cena e poderia ser bem um trote. Ainda assim, o alívio com que muita gente naquela turma buscou esse argumento como pretexto para silenciar a polêmica foi de um covardia abjeta. Varrer para baixo do tapete coisas tão graves (na maioria das vezes com base naquela velha manha: "dignifiquemos o setor - mas deixem eu me locupletar primeiro") só pode ser prejudicial, porque quando casos como esses vêm à tona depois de ignorados uma ou duas vezes, saem das devidas proporções, são tomados pela mídia como parte de uma cruzada, e quem não se mexeu antes para regulametnar as coisas - a própria classe artística, no caso - agora tem de ir a reboque tentando impedir que generalizações de má-fé estraguem a imagem de muita gente boa e decente.
P.S. Pô, gerbase! Censura, tu? O tal de Gustavo Fernandes estava tendo lá seus dois ou três minutinhos de satisfação pessoal em vomitar asneiras, chavões repetidas pela direita faz uma cara. Mais: estava se sentindo o máximo, já que o Giba e o Jorge se dignaram a responder para ele. Agora, tirar ele do ar é fazê-lo sentir-se o vitorioso. Um estúpido sem argumentos foi expulso da discussão cmo se tivesse a questão fundamental para vencer o debate.
P.S.2: Não sou colaborador nem escrevo cartas pro Não com freqüência (pouca ou muita, embora leia sempre), então talvez eu não conte entre os tais 20 defensores requisitados. Só achei que não custava nada apresentar este argumento - não em defesa do tal Gustavo, mas pelo que o próprio Não sempre pareceu representar: o caminho do debate lúcido e sem travas. carlos andré
ASSUNTO: I HATE NAZIS
Data: 6 de fevereiro de 2000
Civone, a única coisa que te digo, pois estou cansado, e cheguei agora da noite de Porto Alegre, é, continue protestando. PROTESTE com toda a tua força. não é porque a Áustria é um país central da Europa e que nunca aparece no noticiário internacional que devemos ignorar a vitória de um partido de extrema-direita. pra mim, o grande problema é saber que, a qualquer hora destas, os sonhos (pesadelos) adormecidos de nazistas espalhados pelo resto da Europa (especialmente a vizinha e muito próxima Alemanha) achem "bonita" essa vitória do atraso e partam pra xenofobia e o retrocesso político. sabemos bem onde tudo isso vai dar ... e, quanto ao Brasil, depois de todas essas megafusões de multinacionais, cada vez mais torna-se realidade os mais enlouquecidos romances de Orwell e Huxley. essa semana foi a fusão de uma gigante alemã de telecomunicações com uma outra não sei de qual país que transformou tal empresa na quinta maior do mundo, só atrás da GM, da Microsoft e outras duas. o mundo está sendo dominado por meia dúzia de conglomerados e o nosso futuro vai ser discutido em um iate, regado a uísque e cocaína, em alguma praia na Côte D'Azur. Podiscrer! por mais paranóica que possa parecer minha opinião, o nacionalismo exarcebado é só um despiste pra essa outra realidade cruel e insana. o Brasil está na periferia desse processo todo. nós somos o resto do resto. o fim do fim. moeda de barganha de nossos políticos inescrupulosos. Um abraço, marcelo benvenutti.
ASSUNTO: O NÃO VIROU SIM
Data: 6 de fevereiro de 2000
Depois daquele surto ridículo que resultou em minha última carta publicada por aqui, tinha decidido calar a boa e me esconder da civilização (o que, nestas épocas, significa ficar em Porto Alegre e bem distante da bela orla gaúcha). Mas aí duas coisas aconteceram, e mudei de idéia.
As coisas:
1. O Álvaro Magalhães, sujeito que não conheço exceto pelos belos textos que publica neste NÃO, disse que "Mas de um bom tempo pra cá só não quero que os mais 'jovens' ou, como se dizia nos setenta, os mais 'alienados' me encham o saco com moralismos apolíticos. E, que se tenha que pedir licença pra escrever 'comunistices' no Não, é demais". E complementou, de forma polida: "Vão ser moralistas na casa do caralho".
2. O Gerbase expulsou a mala do Gustavo Fernandes.
E todo mundo acha normal, fica feliz e bate palminhas porque, mais uma vez, o status quo se reestabeleceu.
Quando resolvi editar o NÃO -- e mesmo antes, quando virei leitor assíduo --, tive motivos para isso. Gostava das polêmicas, das discussões quase sempre inteligentes, dos impressionantes malabarismos mentais de alguns articulistas, essas coisas que vocês sabem melhor do que eu. Mas parece que a coisa mudou de figura. O NÃO virou um SIM, como eu pus lá em cima.
As pessoas costumam ser contra o "Sistema", certo? Dizem NÃO ao sistema. Que sistema? O sistema que não os agrada. E anseiam pelo dia em que o seu sistema tomará o poder, cortem-se ou não as cabeças. Aí o Álvaro vai e fala de "moralismos apolíticos" e de pedir licença para escrever "comunistices" no NÃO. De minha parte, não fiz em nenhum momento um discurso apolítico. Quando dei a entender isso, estava tentando fazer ironia. Se vocês não entenderam, insisto que mandem um e-mail agora para fml2000-subscribe@onelist.com -- creiam, vocês vão se sentir em casa. Agora, se o Álvaro se confundiu e quis falar de moralismo apartidário e, se é que existe a palavra, assistêmico, aí eu concordo e me orgulho. Para um grupo de pessoas que se orgulha tanto de pensar, doutrinas e dogmas como "partido" e "sistema" não me parecem ideais. Pode até funcionar pra vocês. Eu, fora.
E, por "comunistices", me refiro aqueles textos ruins sobre esses assuntos. Por exemplo, diversos parágrafos sobre a influência maléfica do pagode na proliferação de alguma coisa qualquer, destruindo o povo enquanto povo. Não se trata de uma questão política, partidária ou qualquer outra coisa. É puro critério estético. Ninguém gosta disso. Tanto que o Gerbase cortou o Gustavo Fernando, e esse foi um dos motivos. O cara é chato e fica falando essas manezices de direita como se escrevesse pra um jornal de sindicato.
Que fique claro: os textos que cortei e tinham esse viés sub-Frankfurt eram mais chatos que as cartas do Gustavo Fernando. Mas as pessoas reclamam que cortei os textos e ninguém -- exceto o Giba, até agora -- se manifesta a favor do Gustavo, também vetado em uma parte em que a seleção não era parte do jogo. Isso é coorporativismo, sim senhores. Desculpaí, Gerbase, mas é. Por essas coisas, prefiro dizer não aos Sistemas do que a um Sistema específico.
E gostaria de ver o Gustavo Fernandes, meu algoz, de volta.
Até mais, e.
(258) James Booze e Nick Chave
ASSUNTO: QUEM SOMOS
Data: 5 de fevereiro de 2000
caro sr. gerbase: as testemunhas de john lennon é uma página da internet: www.geocities.com/testemunhasdejohnlennon/ resultado de um zine perturbado de um osvaldeiro. é evidente que não queremos incomodar a vida de ninguém, nem temos nada a ver com discussões políticas. muito menos queremos discutir o emprego de quem quer seja. e esse tal de gustavo fernandes que manda cartas pro NÃO nos parece mais um imbecilóide recalcado como o gilberto simões pires ou o rogério mendelski. não gostamos dessa gente. nem pensávamos que seríamos publicados. aquela mensagem foi enviada para outros mails de várias e várias pessoas. somos apenas anônimos brincando com pensamentos livres e desinteressados. pode até nos chamar de desocupados e imbecis. que seja! não nos importamos com julgamentos. nosso movimento é insensato, livre e desproposital desejamos apenas paz e harmonia. se é de seu desejo nunca mais o incomodaremos, mas sempre continuaremos a admirar o seu trabalho.
um abraço,
testemunhasdejohnlennon@yeayea.com
ASSUNTO: QUEM SE CANSOU?
Data: 5 de fevereiro de 2000
Caro Gerbase. Não estava escrito que o Não é democracia? Eu apenas estava querendo protestar contra esse papo de governo nota 0, oposição nota 10. Não chamei o Lula de desocupado, apenas mostrei que há detalhes de sua vida que não são tão discutidos, ao contrário, por exemplo, da festa de aniversário do Fh, que até vira assunto de escândalo em certos jornais. Só isso. Sou quase um fã dos trabalhos do Jorge Furtado, mas isso não me obriga a concordar com a atitude política dele e de todos os que escrevem no Não, Acho que o governo FHC tem virtudes e falhas, como qualquer outro do mundo. Não é o grande Satã que é pintado por alguns pretensos intelectuais, nem o estadista modelo aclamado por outros. Quanto ao Lula, meu pensamento é esse: trata-se de um mito carismático que ofusca as melhores cabeças da oposição, que sempre têm seus pontos de vista derrotados pelos radicais. O próprio Genoíno admitiu que o PT precisa amadurecer, apresentar propostas mais consistentes, antes de ser "democraticamente" forçado a dar um tempo na autocítica. A Petrobrás é fruto de uma época que já passou, e que rendeu estatais que representam cabides intermináveis de empregos. As que dão lucro só o fazem em virtude dos monopólios que lhes foram concedidos durante décadas. A essa altura você deve estar me considerando um fanático de direita. Eu não o culpo, pois sei que o pensamento político no sul é diferente do de São Paulo. O que não me obriga a me curvar e deixar de propor uma discussão do assunto na sessão de cartas. Mas eis que sou mandado para a Sibéria, no melhor estilo da Ditadura do Proletariado. O tal pseudônimo não é meu, nem sei do que se trata. Só citei John Lennon para provocar, mas sem beligerância, o Jorge Furtado, lembrando uma frase da música Revolution ("don't you know that you can count me out). Não sou nem do tempo dos Beatles. Ia dizer que gosto do Pato Fu, mas isso pode acabar virando tema de uma carta contra o conjunto, que não tem culpa de sua intransigência. Mas fico triste porque tenho amigos maravilhosos no Sul, torço para o Grêmio, adoro o Nenhum de Nós, mas parece que certos gaúchos intolerantes não querem sequer pensar em publicar as minhas mazelas. Paciência. Peço desculpas por não ter entendido que o Não é democracia de uma idéia só. Agora chega, porque quem se cansou fui eu. De todo modo, mandarei textos para o Não 70, sem falar de política. Se gostarem, publiquem, como publicaram os dois Febeapas do futebol. Se você chegou ao final da carta, agradeço pela atenção concedida a este pobre marquês. Gustavo Fernandes
(NOTA DO EDITOR DAS NÃO CARTAS: É, o Gustavo voltou. E pior: ele é gremista. Terei de ouvir muita flauta do Giba por essa. Se, além disso, ele se declarasse fã dos Replicantes, eu cortava os pulsos. Graças a Deus, ele gosta mesmo é do Pato Fu, que eu até acho uma banda bacana (mas que fez um música horrível para as Olimpíadas de Sydney, no estilo do "Cinqüenta milhões em ação, pra frente Brasil, do meu coração", lembram? Claro que a letra do Pato Fu é menos ufanista, mas a idéia geral me parece exatamente a mesma). Mas, enfim, alguns pediram a volta do Gustavo, outros apoiaram seu banimento, e eu decidi reconsiderar. Por quanto tempo, não sei. São as eternas dúvidas de um déspota como eu. Mas ele não precisava ser gremista.!)
ASSUNTO: VOLTA, GUS!
Data: 5 de fevereiro de 2000
Um dia o José Fortunati estava dando uma entrevista pra mala do Gilberto Simões Pires. Uma hora o cara fez uma pergunta gustaviana qualquer sobre "o mundo selvagem" (isto é, o mundo onde o Deus Mercado ainda não manda, ou onde alguém ainda se atreve a questionar a superioridade ontológica do Walter Mercado). De repente, o Magrão se irritou e disse: "Pra ti eu não vou responder, Gilberto, porque tu não ia entender mesmo. Mas pro público..." Aí se virou pra câmara e continuou falando.
Pro Gustavo Fernandes eu não vou responder, mas pros leitores do Não.
O Lula é meu empregado. Eu, como filiado do PT há 7 anos, pago mensalmente a minha contribuição pro partido, que eu fixei em 45 reais. Outros milhares de filiados do partido no país inteiro também pagam, cada um de acordo com suas possibilidades e sua vontade. No final de cada ano eu recebo uma publicação com a prestação de contas, onde o partido me diz onde ele gasta o meu dinheiro. Se não me engano foi em 1993 que o PT resolveu pagar um salário mensal para o seu Presidente de Honra. Eu, particularmente, acho que é um dinheiro muito bem empregado, e que o Lula vem trabalhando bastante e bem pra merecer o salário que eu pago pra ele. Mas é claro que qualquer filiado pode se recusar a pagar a contribuição, ou protestar se achar que o Lula não merece, ou exigir a troca do Presidente de Honra.
Pensando bem, o Fernando Henrique também é meu empregado. E de todos vocês. O que vocês acham? Ele merece?
Mas acho que o Gerbase está errado. A burrice do Gustavo vai fazer falta no Não. Depois do show que ele deu ao não entender (apesar de estar escrito com todas as letras) que tanto o Jorge quanto o John Lennon estavam citando o Samuel Goldwyn, eu temo pela falta de humor na seção de cartas. Com o Gus banido, quem é que vai perguntar agora como é que o Lula comprou aquele aparelho de som?
Volta, Gus!
Giba Assis Brasil
giba@portoweb.com.br
ASSUNTO: CORREÇÃO E APELO
Data: 5 de fevereiro de 2000
Dante, meu amigo. Venho aqui te dizer que não estou mais casado. Aquela confusão durou quatro meses. Divorciado, sou jovem, jornalista bem sucedido, editor do não, único morador de um apartamento do Bom Fim, perdi vários quilos indo a pé pro trabalho e outras coisinhas mais que, na teoria, rendem groupies (essa constatação não é minha, foi ditada pela nossa enigmática amiga Luka). E não tenho sequer uma garota pra mim. Logo, não podia deixar as garotas da cidade entenderem que estou casado. NÃO ESTOU CASADO! ESTOU SOLTEIROOOOOOOOO! OUVIRAM? DIS-PO-NÍ-VEL! Propostas de casamento, enviem para meu e-mail, garotas.
ASSUNTO: GERAÇÕES E PRIVATIZAÇÕES
Data: 5 de fevereiro de 2000
1 - Não conheço mais de 53,98 dos participantes das Cartas do Não, mas fico imaginando que a rejeição sistemática a escritos que discutam temas "políticos", como as privatizações, seja uma espécie de conflito de gerações. Como professor, já fiquei preocupado com a falta de interesse dos mais jovens em política e outros temas ditos sérios. Mas de um bom tempo pra cá só não quero que os mais "jovens" ou, como se dizia nos setenta, os mais "alienados" me encham o saco com moralismos apolíticos. E, que se tenha que pedir licença pra escrever "comunistices" no Não, é demais. Vão ser moralistas na casa do caralho. Desliguem o computador e vão ver a Ana Maria Braga. Para os mais radicais, o governo austríaco tem vagas.
2 - Jorge: esta semana participei de um encontro das Secretarias Estaduais de Planejamento, em que foram relatados vários casos de Reformas em outros estados deste arremedo de federação chamado Brasil. Eu, obviamente, estava na contramão da maioria, colocando em dúvida os objetivos e resultados das políticas ali tratadas. Muito mais impactante foi o relato feito no último dia pelo secretário de São Paulo, que tem o segundo orçamento do país. A renegociação total envolveu 50 bi, antes da desvalorização, e o programa de "desestatização" arrecadou cerca de 30 bi (seis vezes o valor do programa gaúcho unido e forte). E, noves fora, ele admitiu que está fudido e mal pago. Mais ou menos como aconteceu na Argentina.
Mas, como eles são camaleões, não será surpresa que depois de vender quase tudo, eles mesmo venham a posar de nacionalistas, de defensores de políticas sociais, da inclusão social, etc. Aliás, um ex-ministro acaba de fazer isto na polêmica da venda do Banespa. Eles são qualquer coisa, menos burros... Álvaro M.
ASSUNTO: O ÓBVIO ULULANTE
Data: 5 de fevereiro de 2000
O rolo em que se meteu Guilherme Fontes com seu mirabolante Chatô mostra a fragilidade do sistema de captação de recursos do cinema brasileiro. Amparado nas leis do Audiovisual e Rouanet, o sistema permite que empresas interessadas descontem do imposto de renda e invistam em cinema (isso qualquer pangaré tá cansado de saber). Sim, claro que é dinheiro público! Guilherme Fontes não consegue acabar o filme alegando faltar R$ 1,6 milhão enquanto a CMV (Comissão de Valores Imobiliários) afirma ter encontrado irregularidades sobre a verba até então utilizada (cerca de R$ 7,5 milhões). Isso desencadeou uma crise de credibilidade no setor, gerando desculpas que beiram a debilidade. O guru das produções nacionais, Luiz Carlos Barreto, afirma que " muitas empresas disseram que só voltam a investir em cinema depois que Chatô acabar". Para piorar a situação, Norma Bengell está sendo gentilmente convidada a devolver R$ 4,9 milhões do seu O Guarani. Duas notas fiscais frias emitidas por empresas fantasmas comprometem a cineasta, que terá de devolver quase tudo que gastou: US$ 2,5 milhões.
É muito justo, certo e moral que explicações sejam dadas e as contas esclarecidas. Afinal, é dinheiro público. Mas que não se use dois pesos, duas medidas. Já repararam como os moralistas de plantão enchem a boca para falar do "dinheiro público" quando o assunto é cinema? Gosto muito de lembrar do episódio em que a Carla Camurati jogou o material de Carlota Joaquina (delicadamente) em cima do Gilberto Simões Pires. Enfim... Concessões de milhões de dólares e isenção de imposto para a GM e a Ford eram aplaudidos de pé e nem de longe se exigia prestação de contas. Do mesmo dinheiro público! Tá certo que um filme não gera a mesma quantidade de empregos que uma montadora de automóveis (embora gere bastante também), mas quando bem feito, diverte e nos enche de orgulho: "olha lá a Fernanda Montenegro disputando o Oscar"! Isso já me parece um ótimo negócio, já que (quase) qualquer um pode pagar por um ingresso de cinema e alguns poucos podem comprar um carro zero, cheirando a novo e ao mesmo dinheiro público.
ASSUNTO: CANSEI DO GUSTAVO FERNANDES
Data: 5 de fevereiro de 2000
Em nome da democracia e da diversidade, tenho editado as cartas do Sr. Gustavo Fernandes, que, entre outros defeitos, tem quase o mesmo nome do meu amigo Gustavo Fernández, gaúcho, roteirista e montador de cinema, atualmente residindo no Rio. Mas, enfim, acidentes acontecem, e disso o Gustavo Fernandes, esse da carta aí de baixo, não tem culpa. Mas tem culpa de ser muito chato e não acrescentar nada ao NÃO além de sua chatice. É claro que estou sendo parcial.É claro que, em nome da democracia e da diversidade, eu não deveria estar excluindo-o desta seção, mas é exatamente o que vou fazer. Ainda editei essa outra carta imbecil, "Resistência Freak", que, por falar de John Lenon logo depois do G.F. tê-lo citado, me pareceu altamente suspeita. Assim, Sr. James Booze, esta também é a sua primeira e última carta publicada. Talvez seja mais uma coincidência, mas coincidências demais são muito irritantes. O Sr. G.F. poderá, é claro, inventar pseudônimos e fazer de conta que é outra pessoa, para continuar a ser publicado. Tentarei detê-lo, pois conheço bem seu estilo. Se ele mudar de estilo, fazendo aflorar alguma qualidade até agora desconhecida, ótimo, terei contribuído para o aprimoramente de um redator. Quanto à derradeira questão do Sr. G.F.: "O QUE O LULA FAZ PRA GANHAR A VIDA?", eu respondo: ELE FAZ POLÍTICA. E, por mim, com todo o respeito, o Lula poderia morar por uns tempos na casa do Sr. G.F. Provavelmente seria uma experiência enriquecedora para toda a família. Adeus, Gustavo Fernandes.
(É claro que eu mudarei de opinião se chegarem vinte cartas de habituais leitores/colaboradores do NÃO em defesa do Sr. G.F. Quem se habilita?)
ASSUNTO: PLÁGIO
Data: 5 de fevereiro de 2000
Nem para ser original, Jorge! Parafraseando John Lennon (count me out) sem dar a fonte. Quanto àquela cartilha de meio quilômetro sobre a Petrobrás, dá um tempo, tarado ideológico! E o trabalho do Lula? Ah, lá vem a estratégia Leão-da-montanha: "Saída... pela esquerda!" Esqueça o tópico da Petrossauro e responda, senhor "medo do Povo": O QUE O LULA FAZ PRA GANHAR A VIDA ALÉM DE MORAR DE FAVOR NA CASA DO "CUMPADI"? Será medo da verdade?
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