BARRACO
Alex Sernambi
 
Quando fui convidado para escrever neste pasquim eletrônico que se propõe a
ser um grito de protesto contra a imbecilidade, a intolerância e sei lá
mais quantas coisas a gente pode se revoltar, eu, perdido no meu isolamento
cibernético, não achei nada de ruim no mundo, não assisto tv, não gosto de
rádio e jornal, só leio esportes ou seja, longe da merda, cuidando da minha
vida, até que recebi um convite para iluminar um Barraco MTV encomendado
pelo governo do estado para debater as drogas com os jovens. Cheguei cedo e
consegui ver alguns debates que me enfureceram. Havia uma médica (?) imbecil
que sua verdadeira vocação seria contadora de estória de terror pra velhinhos e idiotas.
A mulher com um discurso de baixo nível e primário:
"O seu filho começa com a maconha depois parte pras drogas pesadas e só Deus
sabe onde ele vai parar" Cambalacheira, dona de clínica de recuperação de
jovens viciados, não menciono o nome porque realmente eu não tenho memória
para nomes, assim como não sei que nome tem o secretário de segurança
pública do estado lá presente que diante da proposta de legalização exposta
por Fernando Gabeira em defesa da vida, parecia que o que importava eram as
regras do jogo, certamente pra não confundir a cabeça da audiência. Me
espantou o fato de Gabeira ser muito aplaudido ao entrar e sair e ser
vaiado quando defendia a legalização, gente louca. Enfim, se o governo não
consegue reduzir o consumo com medidas repressivas, melhor seria liberar
todas as drogas e controlar sua qualidade evitando assim mortes de usuários
por consumo de porcaria. Esse papo de maconha ser só o começo, caguei se
for verdade, os fortes sobrevivem a maconha, cocaína, açúcar, álcool e
qualquer outra droga e os fracos não podem ser desamparados e
marginalizados, eles pagaram seus impostos embutidos ou não e tem direito a
vida. Assim como a luta para legalização do aborto, a legalização das
drogas tem por objetivo preservar a vida.
P.S.: Hoje fiquei sabendo de uma polêmica sobre a energia gasta na
decoração de natal de POA batendo de frente com a campanha do governo para
reduzir o consumo. Eu acho o seguinte: Foda-se, o governo tem que pegar o
imposto que nós pagamos e criar energia, pegar os ladrões dos cofres
públicos e parar de chorar. Eu acho legal a decoração, me diverte e me faz
esquecer as idiotices dos idiotas.