Dizem que quando o Rei Pectíneo, de Redondo Maior, concedeu a mão da princesa Fáscia Lata ao príncipe Poplíteo, filho do Rei Sóleum (de Palmar Longo), tentava amenizar o desgosto que o príncipe Grácil, seu filho, havia causado: fugira com Prócero, um plebeu, com quem mantinha um secreto platisma amoroso há anos.
O rei, em escaleno nervoso, reuniu todos os supinadores no centro frênico, oferecendo a quem achasse Grácil metade do sartório do reino. O profeta Zigomático, O Grande (inventor do extensor lunar do carpo) avisara que tamanha hálux ocorreria, e acabou por passar o resto de seus dias no cúbito do esplênio, sob a guarda de Gastrocnêmio, um corcunda de três metros de altura, caolho, desdentado, e desprovido de qualquer risório.
"-Aquele pequeno rombóide", disse o Rei Pectíneo para seus conselheiros, Olécrano & Ancôneo (que, como todos os conselheiros que se prezam, não passavam de dois grandes ilíacos) "se botar minhas mãos nele, juro, pela honra do Sagrado Retináculo, mandarei trancafiá-lo eternamente no subclávio!!!"
Ouvem-se "ahs" e "ohs" vindos das lombricóides do Esplênio. Estavam estarrecidas, pois criaram Grácil, nunca imaginando que se tornaria um fissurado pronador.
Os únicos felizes eram Fáscia Lata e Poplíteo, completamente enfibulados, nos aposentos da princesa: "Oh, minha bela Fáscia, estás absolutamente piriforme nestes trajes, pareces uma deusa do ílio costal...Tire-os, por favor." "Obrigada, amado e orbicular Poplíteo...Aceitas copular no elevador da escápula? Ou preferes passear no Maléolo Lateral ?
Enquanto isso, na região calcânea, Grácil e Prócero cavalgavam pela Bainha Sinovial. Graças a Bucinador, o cavalo mais veloz do masseter, escaparam da fúria do rei. Haviam decidido a ser unir com seus primos, Permíseo e Endomíseo, gêmeos siameses que foram expulsos do reino por terem se apaixonado. Um pelo outro, lógico. Moravam num humilde acrômio, mas ao menos era bem longe daquele bofe mauzão do Pectíneo. Apesar de sentir falta das lombricóides, Grácil não se arrependera de ter fugido. Não suportava mais ser acusado de pronador e menos ainda, ser motivo de riso da corte Xifóide. E, como se não bastasse, sendo ele o primogênito, seria obrigado a casar com uma princesa do Reinado de Trocanter, cuja fortuna, as terras psiformes, e os deslumbrantes deltóides superavam as do próprio rei Pectíneo. E ela era horrenda. Seu nome era Sartolema, sua pele era repleta de acnes que explodiam como o Vesúvio a cada segundo, e sua voz era coccígea. Não, jamais se submeteria a tamanha tortura.
O cruel Pectíneo nunca desistiu de achar Grácil. Quando o rei morreu, Grácil voltou e transformou a reino numa folharada permanente, que dura até hoje, com muito chantilly, frutas tropicais, corpos nus e tinta prateada. Poplíteo e Fáscia, horrorizados, pegaram seus filhos, seus pertences e rumaram para a pequena ilha de Cremaster, ao sudeste da Ulna, fundando uma comunidade alternativa de hippies conservadores.
É o Fim! É o Fim!
É o Fim!