Não é, nem deve ser, do hábito dos nossos leitautores freqüentarem vestibulares e se, assim como eu, não participam de um há, pelo menos três/quatro anos. Recapitulando então, era uma mar de gente vagando, em busca de um ou outro professor de cursinho ( seus grande heróis ( e/ou procurando do prédio certo pra fazer a prova, nervosos e roendo lápis.
O que não mudou. É um mar de gente vagando em busca de um ou outro professor de cursinho ( ainda os grandes heróis ( e/ou procurando o prédio certo pra fazer a prova, nervosos e roendo lápis.
O que mudou. Surgiram ilhas flutuantes em forma de balões, bolas infláveis com o nome das escolinhas de ensinar chute, todas lá, Mauá, Universitário, Energia, Unificado, e outras tantas mais ou menos obscuras. Afinal de contas todos sabem que é impossível ser arovado no vestibular sem passar uma temporada sob a bênção destas intituições pináculos da cultura. Basta ver que grandes formadores de opinião já ensinaram neles, como o Clóvis Duarte, por exemplo. An-hã, vai nessa. Na praça em frente à famecos, foi posto um iglu inflável cinza e laranja para, com o objetivo de, com a finalidade de, bem, sei lá, cobinar com a cor púrpura cansado do prédio e fazer tudo ficar ainda de mais mau gosto. As rádios dispensaram a tradicional concepção de cobertura por um combate de espaço físico e virtual com a aglomeração de unidades móveis com caixas de som preenchendo o local com mais poluição e formando praias onde ondas de vestibulandos desejosos de prêmios estouram a responder perguntas feitas no ar. O grande lucro de toda parafernália fica sendo da lancheria do prédio 7 que tem seu movimento favorecido pela concentração de desesperados de meio dia.
O circo está armado, cada idiota a procura de seu palhaço
preferido e todos platéia e atores na arena dos choros desnecessários
e das mentiras veladas, dos suspiros vãos. Cada qual migrando para
uma das ilhas do semestre anterior, onde quando aqui é inverno,
lá é verão e vice-versa, contando seus acertos e erros
a fim de calcular estatisticamente se passariam no concurso passado. Tudo
muito colorido, muito barulhento, muito pouco sério como se a prova
em si fosse secundária. O que de fato fazem parecer ser o caso.
Afinal de contas passado o vestibular, o sujeito nunca mais precisará
estudar de novo. An-hã, vai nessa.