Desci para comprar pão e leite com pouco dinheiro e muito sono.
O rodelão de mijo no meu abrigo era grande e imaginei que este era o motivo pelo qual o botequeiro me fuzilava com os olhos. Olhando mais atentamente percebi que estava com o pau pra fora num buraco que até então desconhecia. Tá certo que eu quase não compro roupa mas o meu abrigo não era tão velho assim. É aí que eu me refiro, as roupas são feitas para não durar mesmo e o meu pau estava alí, pegando frio, solitário frente às intempéries climáticas. Quase que por milagre não tinha mais ninguém no boteco e rapidamente movimentei o falo pra dentro do meu abrigo. Com aquela movimentação em minhas vestes senti um cheiro esquisito. Era merda, pura merda. E vinha de mim. E vinha mesmo. Eu tava cagado no armazém da esquina em plena segunda de manhã e eu tinha certeza que todas as minhas contas estavam em dia.Escorreu pelas pernas e caiu no meu chinelo campeiro.
Movimentei-o e a merda parou numa propaganda de chiclé e mais um pouquinho na testa do botequeiro.
Ele ficou brabo e rosnou limpando a testa com a mão em concha. Depois que ele tirou o grosso, levou ambas as mãos ao nariz e disse:
- A la putcha que me bostearam a própria cara, te manda daqui
pra evitar o derramamento de merda. E assim, Brizola se inspirou em 1961
na campanha da legalidade defendendo a posse de Jango que se fudeu em 1964.
Mesmo sem o derramamento de merda, o país se foi descarga a baixo.
estorinha segunda
Certa vez um amigo meu foi numa Expointer e estava com desarranjo. Tinha meia dúzia de contos de réis presenteados pela mãe e previa comer muita besteira por lá. Não refiro-me ao barranqueamento de animais ou humanos.
Refiro-me aos lanchinhos tipo pipoca, sorvete, chocolate e talvez
um churrasquinho de leve. O fato é que ele realmente comeu tudo
que eu listei aí e mais dois churros de mumu. Não confundir
com murros de chuchu. De repente... bateu. Tudo bateu fundo numa região
intermediária entre o cóccix e a clavícula. O intestino
grosso saracoteava feito gaúcho em Sanary jurando que é o
tal. Precisava urgentemente um lugar para cagar e esclarecer de uma vez
por todas quem é que mandava n'aquelas pregas. Atrás de uma
churrascaria tinha um banheirinho. Uma porta pros homens e outra pras mulheres.
Tinha fila e o meu amigo alí, se mordendo, segurando o sorete. Depois
de alguns instantes chegou a sua vez. Foi entrar, baixar as calças
e um jato de fezes com as mais diversas consistências coloriu a louça
em tonalidades marrom, terra, pastel, churros e mumu. O cara respirou fundo,
olhou pr'os lados e não tinha papel. Esticou a cabeça para
fora e pediu um pedaço de papel por favor. Todo mundo berrou que
não demorasse, todos queriam mijar. Pensou rápido e se limpou
com a cueca. Esta operação levou alguns minutos e a galera
impaciente estava gritando que iria arrombar a porta. Foi o tempo dele
levantar as calças e um mastodonte arrombou a porta. Vislumbrando
aquela pintura expressionista o cara gritou pro meu amigo: - Puta que o
pariu, que cagada.Deixa que eu te ajudo a limpar. Meu amigo saiu correndo
do banheiro enquanto o cara abria as calças e mijava em círculos
trazendo à louça o branco original. E por essas e outras,
é que eu nunca faço exames de rotina em clínicas francesas.
Vejam só o que deu no Ronaldinho, foram dizer que o guri tava bem
e se cagou todo no campo. Ainda, de bem intencionados o grêmio está
cheio.