DUAS ESTORINHAS CURTONAS DE MERDA PURA
por Frank Jorge
 
 
estorinha primeira

Desci para comprar pão e leite com pouco dinheiro e muito sono.

O rodelão de mijo no meu abrigo era grande e imaginei que este era o motivo pelo qual o botequeiro me fuzilava com os olhos. Olhando mais atentamente percebi que estava com o pau pra fora num buraco que até então desconhecia. Tá certo que eu quase não compro roupa mas o meu abrigo não era tão velho assim. É aí que eu me refiro, as roupas são feitas para não durar mesmo e o meu pau estava alí, pegando frio, solitário frente às intempéries climáticas. Quase que por milagre não tinha mais ninguém no boteco e rapidamente movimentei o falo pra dentro do meu abrigo. Com aquela movimentação em minhas vestes senti um cheiro esquisito. Era merda, pura merda. E vinha de mim. E vinha mesmo. Eu tava cagado no armazém da esquina em plena segunda de manhã e eu tinha certeza que todas as minhas contas estavam em dia.Escorreu pelas pernas e caiu no meu chinelo campeiro.

Movimentei-o e a merda parou numa propaganda de chiclé e mais um pouquinho na testa do botequeiro.

Ele ficou brabo e rosnou limpando a testa com a mão em concha. Depois que ele tirou o grosso, levou ambas as mãos ao nariz e disse:

- A la putcha que me bostearam a própria cara, te manda daqui pra evitar o derramamento de merda. E assim, Brizola se inspirou em 1961 na campanha da legalidade defendendo a posse de Jango que se fudeu em 1964. Mesmo sem o derramamento de merda, o país se foi descarga a baixo.
 
 
 
estorinha segunda

Certa vez um amigo meu foi numa Expointer e estava com desarranjo. Tinha meia dúzia de contos de réis presenteados pela mãe e previa comer muita besteira por lá. Não refiro-me ao barranqueamento de animais ou humanos.

Refiro-me aos lanchinhos tipo pipoca, sorvete, chocolate e talvez um churrasquinho de leve. O fato é que ele realmente comeu tudo que eu listei aí e mais dois churros de mumu. Não confundir com murros de chuchu. De repente... bateu. Tudo bateu fundo numa região intermediária entre o cóccix e a clavícula. O intestino grosso saracoteava feito gaúcho em Sanary jurando que é o tal. Precisava urgentemente um lugar para cagar e esclarecer de uma vez por todas quem é que mandava n'aquelas pregas. Atrás de uma churrascaria tinha um banheirinho. Uma porta pros homens e outra pras mulheres. Tinha fila e o meu amigo alí, se mordendo, segurando o sorete. Depois de alguns instantes chegou a sua vez. Foi entrar, baixar as calças e um jato de fezes com as mais diversas consistências coloriu a louça em tonalidades marrom, terra, pastel, churros e mumu. O cara respirou fundo, olhou pr'os lados e não tinha papel. Esticou a cabeça para fora e pediu um pedaço de papel por favor. Todo mundo berrou que não demorasse, todos queriam mijar. Pensou rápido e se limpou com a cueca. Esta operação levou alguns minutos e a galera impaciente estava gritando que iria arrombar a porta. Foi o tempo dele levantar as calças e um mastodonte arrombou a porta. Vislumbrando aquela pintura expressionista o cara gritou pro meu amigo: - Puta que o pariu, que cagada.Deixa que eu te ajudo a limpar. Meu amigo saiu correndo do banheiro enquanto o cara abria as calças e mijava em círculos trazendo à louça o branco original. E por essas e outras, é que eu nunca faço exames de rotina em clínicas francesas. Vejam só o que deu no Ronaldinho, foram dizer que o guri tava bem e se cagou todo no campo. Ainda, de bem intencionados o grêmio está cheio.