por daniel galera
sujeito legal que escreve no COL
e edita a Proa da Palavra
Amanhecia quando ele chegou em casa. Fechou a porta com cuidado
e arrastou-se silenciosamente pelo corredor, para não acordar os
pais nem a irmã. Entrou no banheiro e trancou a fechadura.
Cheirou a ponta dos dedos. Tabaco. No espelho viu o rosto gorduroso
e abatido. Pra que, afinal, saía de noite? Por que ia a festas,
boates, essas merdas?, se o resultado era sempre o mesmo, gastar uma puta
grana, ficar bêbado, simular ser uma pessoa que ele não era,
e ver um monte de gente ficando com todo mundo, seus amigos agarrando menininhas
taradinhas, bastando para isso chamar elas, cobri-las de elogios pedantes
ou sacanagens desafiadoras, enquanto ele, por mais que tentasse, acabava
as noites sempre sozinho, chateado, com inveja da putaria alheia.
Que se foda.
Abriu o vidro do box e ligou a água fria. Tirou a camisa, calça de brim, tênis, meias, cueca e entrou de uma vez só embaixo do chuveiro. O frio inicial passou, e a sensação agora era de alívio. Banhos matinais de água gelada ajudavam a afastar o calor e os pensamentos. Dobrou as pernas cansadas e sentou no chão do box, com o jato do chuveiro nas costas. Lembrou que certa vez dormiu ali mesmo no chuveiro, depois de retornar de uma festa. Foi acordado pela mãe às nove horas da manhã. Que se foda.
Mas agora não sentia sono nenhum. Estava estimulado. Poderia levantar, vestir um calção e correr. Nah, bobagem. Pensou naquela putinha da Raquel, que se fazia pra cima dele mas nunca liberava. Vagabunda. Mas estou apaixonado, acho. Penso nela demais. Aquela bundinha, gordinha, arrebitada. Será que vale a pena uma punheta agora?
Mas o pau estava mole. Só de olhar, perdeu a vontade. Era dia, hora de dormir, porra, como meus pais e minha irmã.
Então pensou na irmã.
Dormindo na camisolinha dela.
Podia entrar no quarto e olhar ela.
Passar a mão nela. Levantar sua camisolinha e enfiar a mão naquele rego perfeitinho.
E se ela deixasse?
Então botaria o pau dentro daquela bucetinha estreita, sedosa. Por trás, na bundinha empinada. Ela remexeria a bundinha até gozar enlouquecidamente. Minha irmãzinha.
Agora estava deitado no chão do box, com o jato do chuveiro
em cima da barriga. Fez como de costume: lançou as pernas pro alto,
aproximando os pés da cabeça, deixando o jato de água
cair bem em cima do cu. Fazia isso sempre. Gostava, e ninguém estava
olhando mesmo. Uma boa água gelada no rabo, bah que troço
bom. Levantou mais as pernas, escancarando a bunda. Delícia.
Foi quando olhou para baixo e viu o pau. Enorme, latejante, encarando-o
com cumplicidade. Nunca seu pau lhe parecera tão próximo.
Fisicamente falando. Se colocasse a cabeça um pouco mais pra baixo
e conseguisse jogar as pernas algums centímetros mais pra trás,
talvez pudesse lambê-lo. Executou a manobra planejada e, antes que
percebesse, estava com a própria glande dentro da boca.
Ficou imóvel nesta posição, estupefato. Nunca ocorrera-lhe tentar chupar o próprio pau. Não devia ser assim tão fácil. Mas foi. Percebeu, inclusive, que restava alguma elasticidade para executar movimentos.
Eu vou fazer um boquete em mim mesmo.
Era bom sentir finalmente a sensação. Havia boquetes nas histórias que inventava pros amigos. Mas ele sabia que era a primeira vez que uma boca enconstava em seu pau. Foi chupando e lambendo minuciosamente. A ereção era avassaladora, dolorosa. Não gozava há dias e ficara de pau duro a noite inteira, seguindo a Raquel. Cuidado com os dentes. Tinha a arcada superior projetada pra frente. Raspou um dente no freio e gemeu de dor. Não dá nada, algumas lambidinhas pra passar. O cabeça vermelha parecia descomunal dentro da sua boca. Bah que pau grande eu tenho. Vou gozar como um filho da puta. Começou a vir aquela coceirinha lá do fundo. Aumentou a velocidade, fazia o caralho deslizar até o fundo da goela. Apertou com força e aí veio, veio tudo. Cerrou os olhos e sentiu a porra enchendo a boca, tão rapidamente que mal cabia dentro, puta merda, foi tirar o pau mas não deu tempo: engasgou-se.
A porra obstruiu o canal do nariz, a garganta, ele tossia como um
ganso mas só piorava, e quando o ar faltou percebeu que já
não conseguia respirar, tentou cospir, assoprar, tomar água
mas só piorava, só piorava, a força sumiu, caiu no
chão, e enquanto tinha suas leves e derradeiras convulsões
imaginou a cara da mãe quando abrisse a porta do banheiro para mais
uma vez acordá-lo no chuveiro, às nove da manhã.
Foto do primo do Galera pelado no NÃO 69. Volte pra lá por aqui.