É assim que termina o Macunaíma, lembram? (Não lembram? Não leram? Vão ler de novo!) Mário de Andrade usa o "tem mais não" no sentido que lhe dá a fala cantada do Rio pra cima, subindo pela praia: não tem mais, tem mais não. Por aqui, no tempo do epa, grassou um tal de "te, tinha", quem lembra? Em Minas tem o "tem mas acabou" e em Florianópolis o "tem mas estamos em falta". Tem mais?
Aquele Não Acabou é uma fraude, é claro, e das mais sem graça. Roteiro sem fim previsto - e portanto medíocre - aquele Não Acabou é fruto da preguiça mental dos ordinários editores, envolvidos com seus pequenos dramas familiares de verão e seus trabalhos com o mofo do milhar passado.
Não acabou não, era só um recado pregado na porta, nós já vorta.
Digressão um, do campeonato nacional de placas:
Terceiro lugar, num restaurante no mercado de Porto Alegre: "Terças
e quintas, violento mocotó".
Segundo lugar, numa estrada do nordeste: "Vende peixe-se".
Primeiro lugar, num banheiro de rodoviária no interior do Paraná:
"Mija onde quer mas não joga a placa no chão!"
Me proponho a ser o editor no Não Setenta, faz tempo que não me incomodo. Informo que serei um editor extremamente autoritário e pedante, desde já inclinado a detestar tudo que vocês mandarem, especialmente os cacacazinhos intimistas, as politiquices de aldeia e as piadas sem graça. Não publico pornografia com crianças nem textos que concordem com teses defendidas pela revista Veja. Mas escrevam, escrevam. De onde menos sai nada geralmente é que não se espera.
Colaborações podem ser enviadas para o meu e-mail (jfurtado@portoweb.com.br) até o dia 25 de março, sem prorrogações. Atenção: só abro e-mails com NO MÁXIMO 30 kB. Não me mandem (sem consulta prévia) desenhos, fotinhos, animações e outras viadagens. Só textos. E olhe lá!
Tem mais não. Aguarde. No ar dia primeiro de abril.
Jorge Furtado