Jogo o olhar através do centro vazio da sala com cadeiras dispostas em U, e lá está ela:: olhos fixos no caderno, caneta na mão, as pernas cruzadas. Emoldurando um rosto salpicado de sardas, fios ruivos quase até a cintura. Desligo totalmente do blablablá do professor, enquanto esboço na mesma folha de caderno em que deveria estar anotando algo sobre correlações lineares a cena que me prende. O lápis vai deslizando sobre a celulose, tecendo a delicada curva de seus seios caindo decote a dentro. Parece que foram criados especialmente para caber em minhas mãos e por elas serem engolfados, apertados e acariciados; e a elas, sempre tão geladas, doarem seu calor. Posso ver agora em grafite a barriga desprotegida pela miniblusa, um ventre cuja pele branca promete aos olhos ser tão agradável ao toque quanto o cetim. Descendo um pouco mais o lápis, penetrando por baixo da calça de brim, chegaria com certeza a um denso matagal. Mas, qual seria a cor desta floresta? A julgar pelas suas sobrancelhas - um amigo explicou-me esta teoria certa vez - tão vermelha quanto os cabelos. Será possível uma selva amazônica de árvores cor-de-cobre? Ah, minha excitante colega ruiva, qual a cor dos teus pentelhos?
À simples idéia de poder encontrar uma boceta rodeada de pêlos acobreados, minha vara responde prontamente, endurecendo como um tronco de figueira sob o brim. Disfarço o volume que se pronuncia sobre minha coxa abaixando um pouco a camiseta, enquanto tento ignorar a dor de ter meu pobre caralho espremido no espaço exíguo entre os músculos da perna e a resistência da calça. Molho os lábios secos com a saliva que acaba de inundar minha boca e fixo o olhar entre as pernas agora displicentemente escancaradas por Fabiana, que, pelo modo como acaba de escorregar assento abaixo, certamente está tão chateada pelos cálculos estatísticos quanto eu. Será, Fabi, que tua grutinha está tão oprimida pela calça quanto meu pau? Possivelmente esteja em fogo sob o tecido da calcinha, fogo que uma abundante secreção tenta apagar, com o único efeito de deixá-la encharcada com um mel de sabor salgado e perfume acre. Talvez esteja apenas esperando por um bombeiro que porte uma mangueira e um reservatório com o único líquido que poderia apagar este incêndio: um líquido fervente, branco e viscoso.
Seu rosto vira-se em minha direção, suas pupilas em linha reta com as minhas. Sinto as descargas elétricas sendo trocadas entre os dois pontos negros e espalhando-se por todo o meu corpo, arrepiando no caminho cada ínfimo pêlo. Falar não é necessário: envio por esta mesma estrada minha proposta. Fabiana se levanta e caminha até a porta, jogando-me ao cruzar a porta, num rápido olhar, seu aceite. Espero ainda um ou dois minutos e sigo a mesma trajetória, encontrando-a à espera do elevador. Sem uma palavra, subimos ao último andar. Prendendo minha mão com sua garra quente, Fabiana me arrasta para o interior de um pequeno almoxarifado. Lá, derrubando esfregões e baldes, atracamo-nos em um beijo violento e vamos de encontro ao chão enquanto nossas línguas lutam para penetrar uma a boca do outro e acabam por se enrolar como víboras incandescentes. Minha boca deixa um rastro de saliva em seu pescoço, sua nuca, seu busto. Sinto o calor de seu hálito em minha orelha, em minha barriga e, então, com seus braços levantando minha camiseta, em meu peito. Seguro seus cabelos enquanto Fabiana lambe meus mamilos e minhas mãos passeiam por seus seios, suas costas, adentram suas calças e agarram uma, depois duas nádegas de uma maciez como a do pêssego, arrancando na volta sua miniblusa. Num rápido movimento, deito-a no chão e confirmo que suas duas maçãs, amadurecidas com o sangue que lhe chega junto à pele, cabem perfeitamente na concha de minha mão. Minha boca parte à exploração daqueles montes, primeiro tentando engoli-los inteiros e depois rodeando-os e então indo ao topo, onde minha língua traça círculos ao redor dos cumes intumescidos e os dentes mordem com carinho os mamilos e os puxam levemente, causando aquela dor prazerosa e excitante do amor. Meus dedos abrem o botão e descem o zíper de suas calças, puxando-as depois com firmeza e descobrindo duas pernas pálidas e lisas como mármore e que instintivamente se fecham, tentando esconder meu objetivo. Afasto-as e, dando beijos ora à coxa direita e ora à esquerda, aproximo meu rosto de uma calcinha branca de algodão como tantas outras que se vendem em qualquer loja. Aspiro fundo o aroma que me lembra o mar, enquanto toco sua lingerie com a ponta do nariz e sinto a umidade que por baixo se esconde. Assim me deixo ficar por alguns segundos, saboreando aquele momento que antecede à descoberta da resposta à dúvida que me assaltava. Devagar, medindo cada milímetro, arrasto a calcinha por todo o comprimento das pernas de Fabiana até que passe por seus pés, jogo-a ao lado e só então me deixo olhar para aquele tufo de pêlos que me chama. Cobre! São mesmo da cor do cobre! Meu pau ainda sob as calças vibra e lanço-me com solene pressa à exploração daquela grutinha que deixa escorrer seu mel à minha frente. Separo seus lábios com minha língua e percorro sua imensidão vertical, detendo-me um pouco na entrada de uma caverna de cujas paredes escorre um raro licor de gosto salgado e que repuxa levemente as papilas, seguindo então a uma pequena protuberância que minha boca prende entre os lábios. Fabiana solta um suspiro quase imperceptível e agarra meus cabelos. A ponta de minha língua traça órbitas ao redor de seu clitóris, faz leves pressões e arranca mais e mais suspiros e gemidos de Fabiana, enquanto dois de meus dedos marotos passeiam por dentro de sua bocetinha, entrando e saindo com rapidez cada vez maior. Quando começa a ficar quase impossível perceber os intervalos entre seus gemidos, Fabiana me puxa para cima de si e me dá um beijo, querendo sugar minhas entranhas. Joga-me de costas no chão e arranca minhas calças. Subindo em meu corpo, pressiona meus ombros contra a laje e enterra-se de um só golpe em minha vara em riste e clamante por aquela grutinha banhada em secreções, quente e envolvente, emoldurada em pêlos vermelhos. Sinto o contraste de sua boceta fervente em meu pau e o chão gelado em minha bunda. Fabiana começa a subir e descer; a cada subida minha glande escapa ao abraço de seus lábios para voltar a ser envolvida na descida, minhas mãos agarram seus peitos, seguro os mamilos entre os dedos, depois ergo meu corpo e os lambo, os chupo com voracidade, sinto uma mordida no pescoço, depois uma língua em minha nuca, em meu ouvido, em meu peito, em minha boca, de volta ao pescoço; e agora minha língua também percorre e lambe uma nuca, e meus lábios sugam um pescoço e Fabiana continua subindo e descendo em meu pau e ouço gemidos mais altos e uma respiração ofegante em minha orelha e minhas mãos seguram suas nádegas e suas coxas e o chão gelado e sua grutinha fervente e uma língua em minha boca e cabelos ruivos cobrindo meus olhos e Fabiana sobe e desce cada vez mais rápido e ouço gemidos e não sei mais se são meus ou dela e choques percorrem minha espinha de cima a baixo e alastram-se por minhas pernas e meu tórax se arqueia e gemidos altos e cabelos ruivos e uma corda de violino esticando-se e meu pau vibra e a corda arrebenta e expulso todo o ar dos pulmões num gemido/suspiro e ouço um grito fraco e rápido e sinto um peso sobre meu peito e o incêndio está apagado.
O elevador desce e estamos em silêncio, apenas os olhos trocando
frases que não precisam ser ditas para serem ouvidas. O número
quatro acende no visor, dou-lhe um beijo e passo a mão por entre
aqueles cabelos acobreados de Fabiana uma última vez, antes de chegar
atrasado à aula de Metodologia da Pesquisa Bibliográfica
e ficar o tempo inteiro desligado do blablablá do professor, fascinado
por um desenho em meu caderno.
NÃO, aí dói.