Sobre a Astrologia Ou: Existem 10 vezes mais astrólogos do que astrônomos por Juan Maiz Lulkin Flores da Cunha, futuro Físico (quem disse?) |
A mais de 2000 anos existia uma construção monumental, conhecida como Oráculo de Delfos. Delfos era um Deus, o deus do Destino. Neste Oráculo vivia uma representação terrena deste poderoso Deus, e esta respondia questões de todos os viajantes que lá conseguissem chegar, o que não era de todo fácil, pois não existiam mapas para o local e muitos perigos rondavam a região. O Oráculo de Delfos se situava na Grécia, e a Grécia era vizinha de muitos impérios, como exemplos, o Persa, o Turco, o Troiano, o Sarraceno e o Egípcio. O rei dos Turcos, Xmbrl era um homem ganancioso, amante do poder e desde que se tornou rei quis aumentar os limites de seu império e a riqueza de seu povo (a sua, na verdade). Xmbrl conhecia tudo sobre guerras, era um gênio nas táticas de combate e era um grande guerreiro. Seu plano era atacar os Persas e assim roubar-lhes terra e ouro. Aliou-se então com os Troianos, grandes guerreiros, com os Sarracenos, grandes arqueiros e com os Egípcios, detentores de poderosas esquadras navais. Nada poderia dar errado, acreditava, o grande império dos Persas seria destruído. Mesmo assim, Xmbrl sabiamente mandou um mensageiro para a Grécia, encontrar o tal Oráculo de Delfos, e chegando lá perguntar o que aconteceria caso ele atacasse a Pérsia. O mensageiro foi e encontrou o tal Oráculo, ao entrar deparou-se com uma mulher. Ao indagar se ela era o Oráculo recebeu resposta afirmativa e fez a pergunta a ela. E ela disse "Quando os Turcos atacarem a Pérsia, este grande império será aniquilado!" E o mensageiro retornou para a Turquia e ao rei foi falar. Xmbrl ficou muito confiante, sentindo a vitória antecipada ao ouvir o servo dizer "aniquilado!". E ordenou imediatamente a invasão da Pérsia. Após semanas de combate os guerreiros turcos foram todos mortos, seus aliados recuaram e os persas contra-atacaram a Turquia, que já não oferecia resistência. Esta antiga lenda pertencente as inúmeras da mitologia grega, fala sobre o desejo do homem de conhecer seu futuro. O rei Xmbrl poderia ser um grande gênio na guerra, mas realmente não era hábil na concordância das palavras, "Quando os Turcos atacarem a Pérsia, este grande império será aniquilado!" se referia ao império Turco, caso acreditemos que o Oráculo de Delfos realmente conhecesse o futuro, ou no caso de sermos mais céticos trata-se de uma frase de duplo sentido, neste caso, independente do que acontecesse na batalha, algum grande império seria destruído. Neste caso o Oráculo não conhecia o futuro, mas conseguia prevê-lo pela lógica. Até hoje, mais de dois mil anos depois as criaturas humanas ainda desejam conhecer seu futuro. E para isso utilizam-se de várias técnicas, que por estes são chamadas de "ciências", o que na verdade podemos academicamente denominar "pseudociências" , do grego pseudo, de mentira e ciência, de conhecimento. Uma destas "pseudociências" vem desta mesma Grécia antiga, a Astrologia. A Astrologia consiste em interpretar o futuro e as características de uma pessoa de acordo com: Dependendo da data em que a pessoa nasceu, divide-se a humanidade em 12 subtipos: Áries, Aquário, Peixes, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário e Capricórnio. Esses subtipos são todos nomeados com as constelações conhecidas na época antiga, na Grécia. A "lógica" é que estes astros conduzem o destino e o comportamento da pessoa, daí o nome Astrologia. Conclui-se aí que cada pessoa que nasce em Gêmeos tem características únicas por ter nascido nesta data, características diferentes de todos os outros signos e conclui-se que pessoas de Gêmeos são todas semelhantes. O signo é o "verdadeiro eu" da pessoa. Dependendo de 1, 2 e 3 descobre-se então o Ascendente, que controla o comportamento, a Lua, que controla as emoções e toda uma gama de informações sobre a pessoa e seu futuro. Agora, faremos algumas considerações: Agora vou abordar assuntos éticos e políticos sobra a Astrologia. Um jornal inglês fez uma pesquisa, na qual pediu que seus leitores mandassem seus dados completos, data , cidade e hora onde nasceram para receberem um mapa astral, - conjunto de todos os dados astrológicos sobre um indivíduo, junto com um breve resumo da interpretação deste- após lerem deveriam enviar uma resposta dizendo se realmente eram muito parecidos com suas descrições. Muitas pessoas enviaram seus dados como era de se esperar, e receberam suas respostas. Foi constatado então que 95% dos pesquisados deram resposta afirmativa, que realmente o que lhes havia sido enviado condizia com suas vidas e com seus pensamentos. Mas o interessante da pesquisa foi que o mapa enviado para todos os participantes sem exceção era o de um homem nascido na França, no século XIV, e que em sua vida foi um Serial Killer. Quase todos os entrevistados se achavam muito parecidos com um Serial Killer, 95%. Será que a humanidade inteira (95%) se reconheceria em um assassino serial? Isso explica os tantos holocaustos causados por estas criaturas? Ou será que o tal texto fosse apenas folhas e folhas com obviedades e frases de duplo sentido? Será que apesar de eu ser um sagitariano, se eu ler o signo de peixes talvez me ache tão pisciano quanto sagitariano? E se lesse Virgem, Escorpião ou Gêmeos? O que quer dizer: "Você é um amante da liberdade?", existe alguém sobre a face da Terra que não é? Existe alguém que goste de ficar preso ou de ser obrigado a fazer qualquer coisa que não queira? Esta frase não se trata de uma grande obviedade? Tudo bem, pode ser que os sagitarianos gostem mais da liberdade do que os outros signos... A verdade é que acreditar que se pode conhecer o futuro é mais "confortável" do que não poder, do mesmo modo existir um Deus é mais "confortável", e ter uma alma que após nossa morte física vai a algum lugar e depois retorna também. O ser humano está com mais medos do que dúvidas! Temos muito medo em acreditar que no momento em que morremos nada mais acontece, a não ser o apodrecimento da carne e depois dos próprios ossos, que não há ninguém no céu a no proteger, não há meio algum de conhecer o futuro com 100% de certeza e que não há um meio de descrever perfeitamente o comportamento e a natureza de uma pessoa que não seja "mapeando" - bom termo, não? - seu genoma. Porque uma criatura com o "telencéfalo altamente desenvolvido" insiste tanto em seus erros, por mais fúteis que sejam? Porque quando alguém as alerta e mostra provas suficientes ela prefere dizer: "mesmo assim prefiro crer". O simples fato de acreditar em algo para estas criaturas basta, assim elas se sentem seguras, certas que suas vidas são eternas e que ao lerem o horóscopo no jornal diário terão em primeira mão um resumo de seus dias. Claro, a maioria não leva tão a sério assim, mas acredita que "tem a ver" ou "um pouco tem a ver". Essas, são pessoa com mais dúvidas ainda! Acreditar ingenuamente é errado, é como fazer política sem conhecer a história. Quando acreditar ingenuamente se torna fanatismo é como ser xiita, nazista, fascista e mesmo católico. Qual a lógica de se acreditar em algo sem se ter motivos? Acreditar em algo, sem saber por que, é tornar-se alvo de manipulação, tornar-se gado humano. Devemos saber em que acreditamos e porquê. Se acreditamos em astrologia, porquê acreditamos? Do mesmo modo se acreditamos em Deus, porquê? E se acreditamos em políticos, porquê? Assim não nos tornamos ignorantes sem liberdade. A liberdade se dá no momento em que sabemos o que queremos (porquê) e não dependemos de ninguém. Por que pagar uma consulta de Tarô, se não sabemos ao certo que força magica faz com que as cartas certas sejam escolhidas? Por que contribuímos com a Igreja, se não temos certeza da existência de Deus? Por que votamos em um político que nem conhecemos? Isto é ignorância. |
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