Bizarre Love Triangle - uma fábula moderna em cinco tempos
Por Cardoso
Velvet Skin
UM
A última coisa que eu me lembro é que eu tava atravessando a rua ali na 48. Era um dia de sol e eu tinha colocado meu terno de veludo marrom. Eu queria só chegar no escritório do Jameson, só queria entregar meu material pra ele (que, claro, tava atrasado quase uma semana) e esperar ele esbravejar esmurrando a mesa enfurecido. Lembro que nessas ocasiões eu sempre ficava deprimido. Nem tanto pelos gritos roucos e apocalípticos do cara, nem tanto pelo hálito terrível que a fumaça do charuto combinada com a gastrite lhe dava, nem tanto pela total e completa humilhação nem pela redução a zero de todo o esforço que eu tive pelo meu trabalho, mas sim porque sempre que eu saía da sala dele meu óculos estava cheio de gotas de saliva. E eu odiava ter a cara cuspida. Lembro que o Peter sempre me consolava, me dizia que era assim mesmo, que ser jornalista era uma merda e que por mais que tu te esforçasse tu não era um
super-herói. "Tu é humano e humanos cometem erros".
Ele sempre dizia isso. Bom cara, o Peter. Nunca mais o vi. Nunca mais desde aquele dia em que tudo que eu me lembro é de estar atravessando a 48 e ver aquela figura vermelha e azul voando em minha direção em uma velocidade incrível, caindo descontrolado e colocando os dois braços para frente num instinto de defesa pré-choque. Lembro da violência do choque, dos ossos fraturados das tíbias da figura estranhíssima rasgando a sua malha azul e trespassando meu peito. Lembro do meu sangue brotando quando a gente caiu junto no asfalto. Ainda olhei pro céu procurando o lugar de onde ele veio e juro que vi lá, entre as antenas dos arranha-céus, o Super Homem. Eu sei que parece loucura, sei que ele só existe nos gibis, mas eu juro que eu
vi o Super Homem ali, parado no ar, numa pose espetacular, como se tivesse dado um soco monumental. Pensei - que morte estúpida.
Mas não morri. Quando me recobrei me disseram que eu experimentei ilusões baseadas em
experiências do meu passado. Eu desenhava quadrinhos na época de faculdade, era fascinado pelo universo do Homem de Aço, mas claro, sempre soube que era irreal. Agora, sei lá, naquela tarde maluca parecia tão convincente...
Acordei num lugar estranho. Pensei que era um daqueles hospitais fancy e nem dei bola no começo. Pensei que o jornal tinha pago aquela mordomia, pensei que ia voltar pra casa de licença mas não. Me levaram pruma sala escura, me mostraram slides e filmes que eu não entendi, me disseram coisas improváveis sobre genética, mutantes nucleares e toda essa bobagem e me vestiram com essa roupa azul e vermelha. Me disseram que nosso sangue se misturou no impacto e por isso eu me infectei. Quase como a AIDS, mas de um organismo radioativo e extra-terreno. Nunca vou esquecer a cara daquela ruiva do FBI que me examinou exaustivamente, como se eu fosse uma cobaia. Maldita Dana. Era a cara da Lois Lane que desenhavam nos anos 90. E - na minha opinião – aquele comparsa dela, o Fox, era igualzinho ao Superman, mas isso eu acho que é influência do psicotrópico que eles me deram antes de me deixar em casa.
Uma semana depois aqui tou eu, pendurado num prédio da 48 olhando lá pra baixo, só pensando em morrer. Essa coisa de super herói não é pra mim. Ainda mais com esse horário apertado de jornalista. Nem vejo mais meus amigos pra tomar umas cevas, não posso falar sobre isso com ninguém ou eles me matam. Mas quer saber? Se é pra morrer, que seja pelas minhas mãos mesmo. Acho que vou me jogar lá embaixo, vou me esborrachar na calçada afu, as pessoas vão ver que super heróis também são humanos. Bem, alguns deles são. Tomara que tenha bastante gente na calçada, tomara que eu ainda atinja alguém na queda. Aquele cara de terno marrom ali serve. Acho que é veludo aquilo. Gosto de veludo. Sempre gostei de veludo.
A resonable way to get laid
DOIS
"Minha amada Lois,
Sei que moras em Metropolis e nos vemos tão pouco, sei que é loucura tudo isso, mas são três e vinte e três, é uma terça e eu perdi o Yo! MTV raps, pensando em coisas que não devia, no roteiro que eu tou escrevendo baseado no poema que eu te fiz, que tu nunca leu e que eu não mostrei pra ninguém, mas escrevi num guardanapo e perdi numa sarjeta. Me afoga, me prende. Eu tou pedindo. Me afoga, me prende, eu tou sorrindo. Eu tou sozinho e uma Jack Daniel's me faz companhia na madrugada.
I am i be i am i be, eu sou eu estou eu sou eu estou eu sou eu estou completamente
bêbedo de amor por você meu bem, que não vê: me despreza, me depreda o coração e o
sentimento seja ele o sétimo tormento de toda minha razão, seja ele o dia que desponta por trás daquele muro de cimento e tijolos sujos que vejo da minha janela ou apenas o sentimento de tédio e saturação do Olsen que não lê mais tudo e tudo que eu escrevo nem mais eu leio nem mais eu vejo e fico velho e cansado e até dores nas costas desenvolvo.
Quero te escrever uma carta de amor, quero dar-te um buquê de flor mas eu sei que não é assim que funciona a química que é necessária para iniciar a combustão de paixão que vai nos levar a um abismo eventualmente, que vai me fazer chorar e te escrever um romance que eu começarei pela terceira vez na vida como já comecei antes para tantas meninas que fugiram de mim como eu fujo de tantas outras que me aparecem como sonhos bons em horas de decisão e de manhã despontando linda no inverno com gosto salgado de lágrima e de bem-querer.
Não, meu Deus não quero acreditar que estou acabado, que não tenho mais chance e que
tudo que me resta é me conformar com a tristeza de um emprego que não tenho e um esquecimento que me parece inevitável e de vitaminas que não tomo pois tenho vergonha
de parecer insuficiente para meus vinte poucos anos de idade mal completados. Quero sim te comprar chocolates e um cartão postal do Tahiti quando estiver trabalhando de correspondente de guerra para a CNN. Quero causar frisson nas meninas que não me vêem, quero ser o primeiro a correr pra fora de casa, quero falar japonês enfim outra vez.
Quero morrer em teus braços, quero te confessar tudo que eu preciso, quero achar uma maneira racional de te fazer deitar comigo na relva e olhar as estrelas pra que eu possa contá-las pra você, pra que eu possa contar uma história pra você e te fazer acreditar que você tem o segredo do meu desejo, você entende os meus anseios, você sabe a cor dos meus olhos e o tamanho dos meus pesadelos, você que quer receber minhas cartas e quer que eu tenha barba vermelha e cabelo cortado, você que odeia o Leonardo di Caprio e come Cheddar comigo às vezes mas confessa comer peixes com nomes kamisama que quer dizer deus mas kani é algum fruto do mar.
Eu aguentaria tudo, desde o teu puritanismo até a tua falta de vontade me beijar, coisa que
eu percebi e eu sorri porque eu tinha te dito pra me dar um beijo, e mesmo que eu grite que te amo ainda assim parece insuficiente, parece que a noite toma conta de tudo que eu penso e que todas as luzes se apagam quando tento encontrar uma saída para a caverna onde me isolei. Eu seria capaz de te amar de te beijar e te dar comida na boca, te levar pra passear no meu jardim que eu mesmo teria de inventar, comprar um carro que eu gosto e dar de presente pra ti toda a minha vida.
Por você eu pararia de escrever no jornal, de respirar e de enxergar. Cortaria minha barba e
meus cabelos, mudaria meu nome e arranjaria um emprego mesmo que fosse de aduaneiro e
que eu tivesse que bater 150 mil pregos por dia numa tenda de circo em fase de montagem. Por ti eu comeria vagem, fugiria da minha mãe e bateria em meu melhor amigo, eu fugiria da cidade e seria um renegado para sempre, perderia a minha entrada no paraíso e seria julgado bandido. Arderia no fogo do inferno, seria julgado no fóro civil e inventaria uma soda cáustica contra teu sorriso se isso me livrasse da tua imagem nos meus sonhos.
Eu sei, os anos de faculdade ainda devem parecer próximos para ti também, mas lembra-te o inconseqüente que eu era, meu bem. Lembra-te das noites de tragos e orgias romanas, das drogas, do speedball e da cocaína, meu amor. Lembra? Tudo aquilo acabou também me marcando pro resto da vida, me deixou doente. Mary Jane estava lá e me curou. E eu amava ela, de verdade. Mas não como eu te amo, Lois. Não é algo que eu consiga controlar, entenda. Apesar de pertencermos a universos paralelos hoje em dia, ainda penso muito em você e lembro de nossos anos de UCLA.
Não te inspiro confiança, decerto. Te traio os olhos quando faço idioitices, ajo estúpido, faço papel de palhaço. Rezo para te pedir de presente de natal, acredito no bug do milênio e falo pra todo mundo o que sinto mas não é o bastante. Escondo minha esperança nas minhas realizações que não são tantas, isolo meu sentimento e meu coração em um pratinho de bolo no aniversário da minha mãe. Canto jê sê criê e roubo partes de tua calçada, passo na madrugada em tua rua, escrevo poemas para tua varanda vazia. Sofro de dor, dor que só vai cessar no teu beijo que eu sei que corre o risco de jamais chegar.
Quero que tu me entendas e não te entedies com meus trejeitos. Quero que as vantagens de ser mais alto me façam ser capaz de te alcançar uma maçã, cometer o pecado original e te levar a um nível proibido de tua alma, uma coisa que acabe com teus medos, com teus desvios de coluna e com minhas concussões espontâneas. Trago esta rosa para te dar e vou ficar de andada até te achar. Só por sua causa só por você só por você. E quando eu estou contigo eu quero gostar. E quando eu estou um pouco mais junto eu quero te amar. Não me deixe só. Não me deixe só.
Eternally yours,
Peter Parker"
He's nextdoor crying for love
Chego em casa, eventualmente sete e meia. Sempre chego junto com o carteiro mas hoje
me atrasei. Largou a correspondência dos Kent ali na frente da porta deles. Aqui só vive gente de bem, ninguém vai mexer nas cartas deles, sabe como é, as coisas funcionam em Metropolis. É um orgulho ser cidadão dessa cidade tão eficiente. O índice de criminalidade é praticamente nulo. Também, com tanto super herói aí. Na real é por isso que os Estados Unidos tem tanto imigrante latino hoje em dia. Todo mundo vem pra cá em busca é de segurança mesmo. A falta de criatividade e de incentivo das empresas latinas nunca deram incentivo ao quadrinho nacional, o que torna praticamente inviável a criação do super herói local. Por isso ficou essa merda lá, esse monte de conflito entre eles mesmo. Se bem que também pode ser aquela língua que eles falam. Ninguém se entende, aquele bando de índio.
Aqui eu moro num prédio bem cuidado, antigo mas conservado. Estilo anos 50, um clássico. Sou vizinho do Super Homem. Sim, do Super Homem. Quem não sabe que ele é o Super Homem? Só sendo muito burro pra não ver que é o Homem de Aço. Porra ele é a cara do bundinha aquele do Planeta Diário que ganhou o Pulitzer next door. O Kent, esse aí. Tirou foto lá dumas catástrofes impressionantes que o Super Homem ajudou a impedir e ganhou prêmio Pulitzer. E esse filho da puta é tão rápido que vai contra leis da física e realmente faz o tempo parar, sendo capaz de posar para uma foto que ele mesmo tira e ainda assim salvar as pessoas.
Hum, carta pra Sra. Kent. Uh, Peter Parker. Um homem. Que homem seria louco para escrever para a mulher do homem de aço? De quem ela receberia cartas? Hm... quanto será que o Sr. Kent pagaria por isso?
You, only you, little redtop
QUATRO
TRIMM
- Alô, Peter Parker falando. - J.Jameson ficava puto quando eu não dizia o nome do
jornal.
- A-alô...
- Peter aqui.
- P-Parker?
- Sim. Quem é?
- É Lois...
- Lois? Que voz estranha. Você está bem?
- ...
- Lois?
- Ele está enfurecido Peter... Está descontrolado... E-Ele me bateu... Está-tá
indo... praí...
Eu.. eu.. eu não queria isso pra mim, Peter... Eu... eu... nem me lembro direito de
você... por que você me escreve? pára de me escrever... p-por favor... P-Por quê você
foi mandar aquela maldita ... TU TU TU TU TU TU TU...
- Lois?
- TU TU TU...
- Meu Deus, estou fodido!
TZËËËË
- Puta que pariu, que cagaço! Maldito interfone... JÁ VAI! JÁ VAI! Fala, Susie.
- Ai, calma... é um colega seu, ruivão... Chama Kent.
bruisers bigger than dinner plates
CINCO
Eu tava chegando em casa escutando um cd dos Smiths. Nunca sei o nome de nenhum desses CDs dos Smiths, sei que eu tava ouvindo aquele que tem "The Headmaster Ritual", porque me lembra a infância de algumas pessoas que eu conheci na minha vida e podia muito bem ter sido a minha se não fossem meus fabulosos super poderes. Eu sempre escutava isso quando tava voltando pra casa. Rotina era voltar pra minha casa dirigindo no fim de tarde e ouvindo Smiths. Era muito boa essa sensação de Smiths no fim de tarde aqui. O pôr-do-sol é sempre lindo, isso já faz toda a diferença. Aliás é essa a música que fica de cortina para que eu lhes conte uma história.
Eu sou um homem americano. Eu adorava voltar para casa, porque ir pra casa era o mesmo que ir para Lois. Eu amava Lois. Mais do que qualquer coisa no mundo, eu amava Lois. Fiz o mundo voltar duas vezes por ela e o parei outras seis. A estrutura da terra volta e meia saía dos rumos nos primeiros tempos, causando muitas erupções vulcâncias e tremores de terra, sem contar variações no clima e desvios leves no seu eixo de rotação, perceptíveis apenas em centenas de milhares de anos, mas que eventualmente vão levar esse planeta à morte, uma vez que o desvio aponta para o centro desse sistema solar. Acontece, mas não se preocupem: vocês vão se matar todos entre vocês com guerras, fome e doenças muito antes disso mesmo.
A-Hum!!...
Eu não fui o primeiro da Lois, ela teve outros, ela teve alguns envolvimentos bem obscuros na época da faculdade mas isso nunca foi revelado pra ninguém, era assunto classified. Eu sabia que ela tinha outros no seu passado e sempre pensei que ela poderia estar me traindo. Sei lá, algo me diz que ela me botava chifres. Se bem que todo mundo me garante o contrário, e ela mesma jura de pé juntos que nunca fez nada. E eu... puxa, eu... eu não suporto ser o número dois. Eu simplesmente não suporto! Eu sou o homem de aço, porra!!! Eu sou o HOMEM FUDIDO DE AÇO, porra!!!
Não me controlei. Fui pra cima dela na fúria, fiquei cego de fúria. Tudo porque eu comprei do sanguessuga do meu vizinho uma carta do Parker, aquele maldito colega de faculdade que sempre deu em cima da Lois, sempre na minha cara. Ruivo filha da puta, sem-vergonha. Ficava lá só curtindo, tomando uns tragos e fumando maconha e ainda por cima dava em cima da minha garota. Mas eu levei a melhor - eu casei com ela, eu vivia com ela. Esse puto não tinha nada que ir atrás dela, esse pseudo-pseudo...pseudo-sei-lá-o-quê, pseudo-jornalista!
Puta merda. Eu quase matei o cara. Não deu, ele me fez detonar essa coisa idiota de meio este americano onde me criaram, essa coisa de querer ser homem, de ter que se provar uns pros outros. Eu não pude suportar a traição da Lois. Não pude. E fui atrás daquele idiota mostrar pra ele que Lois era minha. Só minha e de mais ninguém. Apenas a empurrei contra a parede quando tentou me impedir. Agora ela me processa e me quer preso. Mas onde vão me prender? Não há material nesse planeta que forje uma prisão que me segure. Eu sou o Homem de Aço... Mas eu tenho uma consciência e sei que fiz uma coisa errada e sei que mereço ser aprisionado. E isto é completamente impossível. Quão triste é isso? Quão perto do inferno é isso?
AH... É ruim, eu sei, é um sentimento ruim, eu sei. Mas eu sinto um ciúme doentio.
Acho que é culpa de eu ter assistido tantas vezes aquele "Atração Fatal" e ter me posto
sempre no papel daquela loira Glenn Close. Mas aí fui lá, fui lá pra cidade dele e peguei ele no meio da manhã, na redação mesmo. Cheguei, apontei pra recepcionista "aquele ruivo ali" e ela disse "O Peter", então levei ele pro telhado mas deixei ele vestir a roupa dele. Eu queria matar um super herói, confesso. Já matei muito bandido, mas eu isso eu fazia para salvar a terra. Eu queria era matar um super herói, alguém como eu, alguém com poderes extraordinários como os meus. Ele estava apavorado. Nunca imaginei que seria tão fácil. Nunca vi olhos de terror como aqueles. Quase me deu pena. Mas a raiva sempre fala mais alto num coração partido, então
dei-lhe um primeiro soco, médio, de baixo pra cima na altura do queixo, esperando que
ele ao menos o bloqueasse mas não - espatifou-se como um bólido descontrolado prédio
a baixo e, 97 andares abaixo atingiu alguma infeliz criatura. Pensei tê-lo matado.
Mas vocês viram, ele está aí, ele se recuperou. Apareceu no jornal ontem, prendendo o
Dr. Octopus que fugiu pela milhonésima vez daquele presídio mal vigiado pra cacete. Pareceu menos ágil, mais desajeitado. Deve ser conseqüencia do acidente. Ele tá machucado. Agora, o cara é forte, apesar de obviamente não ser tão forte quanto eu. Acho que se eu desse um soco forte ele teria morrido no ar ainda. Mas os terráqueos me surpreenderam. Não é à toa que aquele terráqueo é um super herói. Será que todos os terráqueos são assim? Se realmente forem, estarão a salvo sem mim e isso me torna obsoleto. Bem, é uma pena que isso eu nunca saberei, pois nesse momento estou engolindo 21 pedras de kriptonita que veio comigo de Kripton, para o caso de um eventual suícidio que se visse necessário, caso a nave ficasse presa no espaço, por exemplo.
De qualquer forma, Metropolis não terá mais um defensor. Estou velho, estou cansado e
quero me aposentar. Sou tão americano quanto você David Letterman ou você Bill Clinton ou até você Mike Tyson. Mas quero me aposentar. Quero parar. Mereço descanso. Meu descontrolado comportamento recente é prova mais que necessária disso. Não posso mais. Resolvi gravar essa fita de vídeo e entreguei uma cópia à polícia, e uma em cada emissora de tv do país. Desculpem pelos meus atos, debaixo desse logotipo amarelo e vermelho também bate um coração. Ferido.