Mostra não-competitiva
Por Lee Anderson
A mostra não competitiva começava àquela hora. O locutor teceu uns breves comentários um tanto lisérgicos. Ele jogou os pés sobre a mesa e acendeu um cigarro. Gravata frouxa.
Cacete porra que que cê tá pensando ô?!, disse o gerente adiminstrativo flagrando-o naquele momento. E além de tudo ainda fica ouvindo essas porras dessas rádios falando esse monte de merda sobre um monte de bosta que acha que é gente!, concluiu o tal.
Ele recompôs-se. Não tinha explicações. Daí o gerente jogou um monte de folhas em cima de sua mesa, Preencha todos os espaços vagos baseando-se nesses relatórios depois faça três cópias de cada depois meta pelo scanner depois mande tudo por mail pra essa lista de gente aqui depois dá uma limpadinha nessa tua sala que tá um lixo depois passa lá no meu escritório que eu quero conversar mais de perto com você seu monte de bosta sem cérebro!, pediu gentilmente, já que estava calmo naquele dia.
Naquele momento fazia as cópias xerox. À essa hora devem estar se preparando para a putaria que vai rolar à noite, pensou. Olhou pela janela. Se tivesse uma câmera, saltava, sentenciou. Mas saltou assim mesmo.