EDITORIAL

por Carlos Gerbase

gerbase@terra.com.br

Este NÃO era urgente. Não poderíamos terminar o ano com essa sensação de imobilismo e desencanto. Apesar dos esforços de nossos editores, leitores e colaboradores, 2000 viu nascer apenas 4 edições do NÃO (inclindo esta), contra 8 edições em 99 e 7 em 98. É a crise do NÃO, sem dúvida. Trabalho demais? Coisas mais importantes para fazer? Uma certa preguiça metafísica, como se parir um Não fosse algo demasiadamente doloroso e cansativo? Acho que é isso tudo e mais um pouco.

Também acho que esse tipo de crise não se resolve com teorias, nem com Prozac, nem com Viagra. A solução é fazer mais um NÃO. Apenas mais um, com a certeza de que não será o último. O prazo foi muito curto, eu sei, mas a grande quantidade de material recebido atesta que ainda estamos bem vivos e que a oferta reprimida era imensa. Então, entre, relaxe, fique à vontade, escolha a sala e leia este NÃO. A casa é sua.

Este é o melhor NÃO que poderíamos fazer para marcar nossa inconformidade com a falta que o Não nos faz.

OBS.1 - A ilustração da capa é um fragmento de colagem de Alex Sernambi

OBS.2 - Prometo que a seção de cartas voltará a ter a devida atenção. Escrevam! Reclamem! Sugiram! Comentem este Não. Ou não.