O Fórum Social Mundial visto do umbigo do Brasil.
Eduardo Guimaraens
“Foi bonita a festa, pá “, diz aquela música do Chico Buarque de Holanda. E eu não estava em Porto Alegre. Pois é, eu estou há nove meses ainda meio perdido nesta Paulicéia mais que desvairada. Claro que agora a cidade está um pouco mais parecida com Porto Alegre pues acá tenemos um governo petista. Para não perder as raízes estive aí para passar reveillon na beira do Guaíba (Desculpe turma não pude chegar dez dias antes para estar na festa da Casa de Cinema). Mas o assunto é o Fórum Social Mundial e vamos lá. Eu vi pelas notícias que por aqui bateram ( e para desespero de Marchezans, Postais, Paulos Coitos e Silvas e os neoliberalóides de plantão) o Fórum Social cumpriu seus objetivos de ser uma voz contra o liberalismo globalizante e cruel e de defesa daquela medida básica de todas as coisas o Ser Humano - essa é uma apropriação minha do texto do Veríssimo. Entre a fria estação de inverno de Davos e a quente Porto Alegre do verão. Os olhos do mundo parece que ficaram com a segunda opção. E os meus também.
A impressão que me ficou é que os correspondentes dos jornais daqui foram preparados para cobrir o seu lado mais folclórico ou seja de uma mistura de feira hippie mundial com um verniz esquerdista. E eles quebraram a cara. Por mais que maquiassem os acontecimentos do Fórum desviando a atenção para episódios mais pitorescos como a passagem de Bové pela plantação da Monsanto, eles não conseguiram esconder que Davos estava também de olho em Porto Alegre.