Depois da Derrota Álvaro Magalhães
A maioria dos espaços da mídia está ocupada em saber o destino dos vencedores, dos futuros governo. É óbvio. Mas será que os perdedores vão aprender com a derrota e redefinir seus projetos políticos? Refiro-me, obviamente ao tucanato paulista (ou uspiano) e o PT gaúcho.
Eleição é uma competição entre grupos ou elites políticas. Mas esta competição não é feita entre iguais, pois um grupo está governo e os outros estão fora. Assim, uma eleição é um julgamento popular sobre um governo. Os governos federal e gaúcho, apesar de tão diferentes, foram para o brejo de forma parecida, apresentando ao eleitorado candidatos envergonhados de sua situação governista, candidatos dissidentes, o que já foi um julgamento preliminar dos dois governos.
Falar no caso do Brasil é mais fácil, é bater em cachorro morto. Não é difícil ver o esgotamento de uma solução da elite paulistana de fazer uma social-democracia com reformas neoliberais e tentando eliminar as elites “atrasadas”. As mesmas elites regionais que foram sócias do governo FHC se voltaram contra o governo, preferindo apoiar o PT do interiorrrr paulista, na falta de coisa mais próxima. A (já) Era FHC termina melancólica.
No Rio Grande do Sul, a coisa fica mais complicada de pensar, especialmente para quem ajudou na construção do modo petista do sul de governar. Será que o problema resume-se ao candidato e acabará com uma punição ao Tarso, por exemplo, na formação do ministério do Lula? Quando a maioria dos filiados votou contra o governo na prévia, o que isto queria dizer?
Será que, a exemplo do tucanato, o modo petista do sul de governar chegou ao teto? Será que o modo de governar deixou de ser participativo, ou então, a solução participativa é que não seria mais eficaz? Será que, como acusa a direita antipetista, os limites de realidade foram rompidos e passou-se a crer em um socialismo numa só província? Que acontecerá ao modo petista do sul de governar?
P.S.: Bom gurizada, até o Natal em Porto Alegre, com direito à Festa da Casa de Cinema. Ou então, até a posse.