NÃO, NÃO E NÃO Carlos Gerbase
Neste momento extremamente esquizofrênico, em que Lula lá e Rigotto aqui significam que nossas vidas não têm mesmo lógica - ainda bem: se tivessem, não seriam vidas, e sim programas de computador - nada melhor que uma nova edição do velho, incerto e infalível NÃO. Dividi as matérias em seis blocos - este é o número sete sete, mas tô me lixando - e creio que cada um deles merece algum tempo de leitura, nem que seja para aliviar as ressacas das quatrocentas festas de fim de ano que se aproximam.
Os destaques, é claro, são os blocos de política e de sexo. Sugiro uma leitura cruzada e intertextual. Para compreender o mundo - ensinam os intelectuais pós-modernos - é preciso ler nas interlinhas. Mas os ensaios, poesias, ficções e o pequeno bloco futebolístico também valem a pena. As ressacas de fim de ano são longas. E, depois, ou antes, é bom conferir o novo e revisado “NÃO RECOMENDA”, trabalho do Jorge Furtado, um internauta incansável na procura de bons textos, boas ilustrações e mulheres em trajes sumários.
A maioria dos veteranos redatores do Não disse presente, atendendo à nossa convocação. Obrigado. A Lulit, o Giba, o Jorge, a Ariela, o Miguel, o Álvaro e o Heron dispensam apresentações (eu adoro esse lugar comum editorialístico). Mas chamo a atenção para três (entre as várias) estréias. A Maitê Proença me enviou seus dois textos há mais de um ano, para que eu desse uma olhada. Eu gostei, elogiei e agora lembrei que eles caberiam muito bem no NÃO. Já o Jefferson Alves de Lima (a quem não conheço pessoalmente) enviou um pequeno conto, à la Danton Trevisan, que me fez rir muito e acreditar cada vez mais no imenso potencial poético da sacanagem. Outra surpresa são os poemas (e olha que normalmente eu não tenho paciência pra poesia) do Rodolfo Dantas. Tentei cortar alguns, mas não consegui. Confiram. É quase um livro.
Este NÃO quase não tem figurinhas. Foi preguiça do editor mesmo. O desenho da capa é de Elenice Corrêa e foi enviada como ilustração para uma matéria em anexo que eu nunca consegui abrir, por um desses mistérios da internet. Então, enquanto a matéria não chega, pelo menos o desenho encontra seu momento de glória imortal.
Boa leitura, e longa vida ao NÃO.