O jogo dos sete erros
(Ler ouvindo Eleanor Rigby)Fabio Lobanowsky
Idéia:
Nem tudo o que a gente vê é aquilo que realmente enxergamos. Percepção. Como ficam as entrelinhas e o subtexto na linguagem visual.A verdade é uma convenção, ela existe porque duas ou mais cabeças concordam. Porque então vivemos tão sozinhos? São sete os dias da semana, sete personagens. Nem sempre concordamos com aquilo que pensamos.
Premissa poética:Será7 o número para pintar
quando não estamos na ilha de edição, estamos no"set"(que não é um número, mas prá nos que falamos português soa igual)
sete são os pecados capitais, os sete anões,os dias da semana...
Story Line:
Por trás da imagem de uma multidão que relaxa na Redenção em uma manhã ensolaradade domingo, se escondem um sem número de histórias.
Nem todas estas histórias combinam com o semblante bem humorado deste primaveril início de outubro.
Argumento:
Na verdade a "história" é o que menos interessa. O que chama a atenção são os tipos, personagens, tão reais, ordinários e comuns que são a própria historia desinteressante.
Conflito:
O que será que aconteceu na semana que passou. Algumas destas pessoas que se encontram na multidão se destacam, num efeito de cinema. Elas não se diferem do resto da multidão são destacadas aleatóriamente por um FX como se fossem uma amostra para análise em labortório .
Personagem 01: Rodrigo, 21 anos. O Rodrigo: aquele cara que usa cabelos compridos,se veste de jeans e camisa preta do AC/DC trabalha de "roadie" pra uma banda cover em troca de cerveja e uns baseados.Vive em estúdios de som mas não tem talento nenhum pra tocar qualquer instrumento. É um looser.
Personagem 02: Stela, 17 aninhos. A Stela, gatinha tipo patricinha dá pra todo mundo, menos pro namorado. Acha que consegue tudo com um sorriso. E muita coisa ela consegue mesmo. Vive cercada de amiguinhas a procura de um otário que as levem prá noite.
Personagem 03: Perseu, 35 anos. O Perseu, é o otário. Natural de Carazinho mora em Porto Alegre fazem sete anos. Bancário solteiro convictoadora levar as vizinhas pra curtir na Av Goethe. Tá preocupado com a hemorróidas que adquiriu por trabalhar muito tempo sentado. Conseguiu quitar um apartamento de um quarto lá no Sarandi com garagem e tá comprando um Celta em 48 vezes pra poder levar as gatinhas no findi pra Gramado. No fim da noite acaba sempre indo pra putaria explodindo com o cheque especial cartão de credito e tudo mais.
Personagem 04: Márcio, 28 anos. O Márcio é formado em Letras pela Puc. Engravidou a namorada o ano passado e teve que casar. Hoje tem um filhinho de sete meses, mora de aluguel e dá aula de literatura numa escola estadual. Pra complementar o orçamento faz uns bicos de "dealer" vendendo maconha misturada com casca de árvorena frente de escolas particulares .
Personagem 05: Taisa 28 anos. A Taisa, mulher do Márcio foi sua colega na Puc. Continua com depressão pós-parto e está vários quilos acima do próprio peso. Tá desempregada e vive em casa de robe de Matelassê com um pacote de Crakers numa das mãos e o controle remoto da Tv na outra.
Personagem 06: Dr. Roberto 49 anos. O Dr Roberto é proctologista e cuida da hemorróida do Perseu. Arrogante, fez medicina com o único objetivo de enriquecer. Anda de Mercedes e não lava as mãos depois de um exame de Próstota. Tem o terrível cacoete de estar sempre cheirando o dedo indicador direito.
Personagem 07: Saturnino 35 anos. O Saturnino éo flagelo. Trabalha como vendedor de pomadas para uma industria farmaceutica multinacional e tem que cumprir um número absurdo de vendas semanais. Está completamente revoltado com a sua condiçao e em processo de psicopatia. Ninguém percebe os seu sintomas eo surto sempre acontece nos domingos entre seis e sete da noite.
Estes personagens têm pontos de itersecção e se relacionam entre si sem se conhecerem. Moram na mesma cidade e possuem destinos iguais mas se movem para esse destino de maneiras diversas. A metáfora do parque aos domingos mostra que, ou vamos em direção da João Pessoa ou vamos em direção da Osvaldo Aranha, todos juntos compartilhando do sol. No final do domingo, lá pelas seis da tarde, um catártico por do sol traz uma estranha alteração nos ânimos. Seria o fim daquele carrossel semanal o motivo desta ansiedade. Este final de semana me lembrauma foto de um crime horrível que aconteceu alí no parque da redenção, foi no fim da década de oitenta e mostrava um jovem sentado no pescoço de um homem apontando uma arma para a cabeça daquele senhor indefeso. Isso aconteceu, foi pro jornal e se não me engano ganhou um prêmio de foto jornalismo. Seria aquele jovem um vendedor de pomadas e aquele senhor um médico estressado.