EDITORIAL: NEM LÁ, NEM AQUI
por Álvaro Magalhães
alvaro@minc.gov.br


O NÃO voltou por iniciativa do Gerbase e apoio do Giba. Nesta edição há textos que, de formas várias, referem-se à política ou às cidades. Agrupei-os sob o título "Nem Lá, Nem Aqui", até para emitir aqui opiniões sobre uma e outra coisa. Sobre os sentimentos e idéias dos colaboradores, os textos falam por si.

Opinião 1 - Há algum tempo, o slogan "Lula Lá, Olívio Aqui" evocava utopia de cidade, de nação e de transformação social. Mesmo para os opositores do PT, a simples reivindicação de que a política poderia ser honesta, democrática e libertária fazia bem. A crise desta reivindicação é o pior da crise política do governo Lula. Especialmente para gerações dos que se formaram em função das diversas formas de serviço público, incluindo a política. Fazer o quê?

Opinião 2 - Ter orgulho do seu lugar (ou melhor, do jeito que pensamos viver em um lugar) é uma das coisas que nos livram da loucura. Vi que os brasileiros são "antes" de um lugar, de uma cidade ou região. Porto Alegre é urbanisticamente viável, e, principalmente, tem um jeito legal de levar a vida (aquilo que alguns chamam de "cultura no sentido antropológico"). Uma das histórias que podemos contar, Lulit, é que a nossa cidade (e certo jeito de fazer política) até chegou a simbolizar as tais utopias que estão em crise - perdidas ou roubadas, não importa. Não precisava tanto.

Desculpem o trocadilho meio metido, mas: se não for aqui, é utopia.

Boa leitura.
Álvaro Magalhães