Beijo por Miguel da Costa Franco Reconhecemo-nos: nossos olhos, doces magnetos. Batedores ousados, teus dedos Escalaram as sendas do meu peito, invadiram a selva rasgada dos meus cabelos. Capitã dos nossos desejos, salpicaste luminescências sobre um corpo sensível ao canto das sereias. Estranhamente, o teu cheiro não era de mar; tinha, sim, um quê de jasmim-estrela. Me entontecias. Me afogavas. Me puseste mareado. Feixe de labaredas, a carne rubra, arrulhaste impossibilidades e promessas afobadas. A dor difusa da incompletude Invadiu-me o corpo, lenta, vã, inexorável. Tua boca era um vulcão aceso. Minhas ânsias por ti, me deixavam sem ar. Trocamos um único beijo antes de partires, longo, ardoroso, promissor. Infecto e mortal, como vim a saber depois. |
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