Nem doeu por Otto Guerra (fragmento do livro autopornográfico "Nem doeu", a ser publicado) Numa visita ao cemitério, sentado num jardim interno entre árvores, um joão-de-barro recém-pousado me encara fixo, retribuo. Ao perceber ser o alvo dessa atenção, o pequeno pássaro começa a se mover devagar e me vira as costas. Mãe? Nenhuma reação. O animalzinho então voa e pousa exato em cima de mim e dá uma cagada na minha cabeça. Pai? Porto Alegre, apocalipse, 2020. |
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