Não Cartas (026 a 050)

(50) Fernanda Barth

Assunto: RODRIGO PORTELA

Data: 17 de agosto de 1998

Parabéns, enfim pude ver alguma coisa que realmente me interessasse no Não... As fotos do Rodrigo são para deixar qualquer um doente de vontade de levá-lo para casa e por atrás das grades só para agradar aos caprichos mais pervertidos, de ambos... Aviso para quem não o conhece (por que sei que vão incomodar o Rodrigo muiiiito por causa deste ensaio fotográfico) que a beleza é o menor dos atributos do rapaz. Quem sabe, sabe...

Fernanda Barth


(49) Dennison Ramalho

Assunto: DEMÊNCIA - O TEMA DE CASA DE GRAMADO 99...

Data: 16 de agosto de 1998

Gramado ainda é o provável único festival do planeta que ainda premia filmes montados em moviola. Nada contra a engenhoca (pelo contrário: o que seria do cinema nacional sem ela?...), mas se o filme, cuidadosamente remendado, é precário... O júri desta 26a. edição foi composto por um bando amotinado e indignadinho pela boa produção brasileira estar escapando para outros festivais, a maioria fora do país. Pretenso festival "cabeçudo", o distribuidor do 'kikitops arcanus' anda trocando os pés pelas mãos. Agora filmes de determinados temas são simplesmente ignorados e filmes brasileiros bons são varridos para debaixo do tapete.

Como explicar o prêmio de melhor fotografia e montagem não ter ido para "Perdita Durango"? Qualquer amigo montador ou fotógrafo aí da Associação pode corroborar (ainda mais se a montagem for digital, como no resto do mundo...). Só que o assunto hoje é outro. Vou falar de demência antropofágica, de carnivorologia doméstica e de psicose entediada. Vou falar de putaria e sadismo, vou falar de violência gratuita e escatologia. A grande pergunta é : POR QUÊ NÃO???? Se um roteirista e um diretor (ou um roteirista/diretor) são deuses incontestes de um universo ficcional, qual a razão de pouparem palavras ou ações para não deixar escapar o ácido nitroglicerínico de suas mentes? Ah... porque incomoda o júri (ou o departamento de marketing do patrocínio). Quem esteve no festival sabe do que estou falando. Quem não esteve, entenda: sou o advogado do curta "Paulo e Ana Luiza em Porto Alegre", prazer.

São seis da manhã. Ainda não consegui dormir. No intuito de destilar melhor minha raiva, resolvi escrever agora. "Paulo e Ana Luiza..." foi, junto com "A Reunião dos Demônios", de A.S. Cecílio Neto", o grande azarão do Festival. Foi vaiado e aplaudido de pé. Isto é que é filme bom! O que divide, que purga... Após o debate, vi gente achando engraçado o fato de o diretor Rogério Ferrari ter falado sobre identificação do público com as personagens. Só que todos nós já quisemos "comer o fígado de alguém" ou comer sem aspas mesmo. Aliás, dizer que toda relação interpessoal é mediada pelo consumo não seria um exagero. Até onde me conheço, regabofes gastronômicos ainda se encaixam na categoria consumo. A gente se consome e uma grande verdade é que "todo mundo come todo mundo". A vida ensina para quem ainda não aprendeu ( Meninas, eu também ensino!!!!)...

A outra grande lição é que o público tem mais é que se foder! Se um artista vai pensar no que o público vai querer, então, meu filho, a gente vai chegar em "Godzilla America x Jurassic Park" tranqüilo... O público não é o fim, e sim o meio de um criador testar sua demência. Aliás, toda demência deve ser incitada. Os grandes serial killers sempre foram reprimidos. A história ensina para quem não aprendeu (mesmo parêntese do parágrafo de cima...). Se assim não fosse, David Lynch estaria internado e Charles Manson, solto, e fazendo filmes bons. Os prêmios públicos que financiaram a produção de "Paulo e Ana Luiza..." foram corajosos e se Gramado ainda não entendeu é porque é público ruim. E se público bom tem mais é que se foder, público ruim, então...

Abração para o pessoal do Super-8 e para a Barbara Gomes. Beijo para a Pati Peccin. Esta carta não teria sido possível sem Ivana Bentes, que detestou o curta...

DENNISON RAMALHO


(48) Bela Figueiredo

Assunto: ILUSTRE DESCONHECIDA

Data: 5 de agosto de 1998

Uma coleguina de labuta me apresentou ao NÃO. Os jornalistas... que raça triste! Podem jurar que seu trabalho é insubstitível, mas basta ligar na RBS TV para apreciar o talento de ... rãm,rãm... todos os nomes não cabem no meiul. E também não é só a tevê do doutor Maurício q tá uma bosta. A TVE local há muito q não é educativa. Jornalistas são, com a exceção de um quase zen que não cabe citar, egocêntricos inconformados com o anonimato capazes de vender a vovozinha por um lugar ao sol (com direito a uma Polar bem geladinha). Mas não estamos sozinhos. Acabo de descobrir que, bem como os jornalistas, os superoitistas e 'fazedores' de filme em geral são com-ple-ta-men-te em si mesmados. Dá pra sentir daqui o ranso entre a geração Gerbase e a Spolidoro. Tudo bem.... espero q a polêmica continue e q o ego não prostitua a arte. Era isso. Or not.

Bela Figueiredo.


(47) Paulo César Foguinho

Assunto: MAIS UMA POLÊMICA

Data: 20 de julho de 1998

Sr. editor: venho por meio dessa reivindicar o direito de começar a escrever as cartas com um Sr. editor: (Não sacaram a ironia?) O Não é de ninguém. E ninguém é de ferro. Quantos solitários passam a vida inteira escrevendo para a seção de cartas dos jornais e começam justamente com Sr.editor: Que mal há nisso? Pelo amor de Deus. A solidão é uma canoa... como dizia Hermes Aquino.

Paulo César Foguinho, desavisado estrangeiro em Ipanema, RJ.


(46) Sandra Costa

Assunto: ENTREVISTA COM EDUARDO BUENO

Data: 19 de julho de 1998

Se alguém escrevesse sobre o Eduardo Bueno dificilmente passaria tanto do que ele é, está, tornou-se, considera-se, quanto ele próprio numa entrevista longa, aberta, pouco editada. Ou seja, entrevistas longas, informais, pouco editadas são um excelente meio para informar com naturalidade. São longas, o que diz muito, nos dois sentidos, quem sabe até nos três (para que eu não me confunda, os três sentidos são dizer muito - um texto longo - dizer muito - um texto esclarecedor - dizer muito - quem entrevistou investiu na entrevista por saber/achar que o entrevistado tinha o que dizer). Enfim, tudo isso foi só para dizer que sim, as entrevistas longas, informais, pouco editadas são um excelente... (desculpem. Me repito).

Abraço, Sandra.


(45) Carlos Gerbase

Assunto: A FICÇÃO, O PEDAÇO E A PUBLICIDADE

Data: 17 de julho de 1998

O Miguel (leia primeiro a carta abaixo) faz algumas críticas bastante vigorosas ao NÃO, especialmente ao meu editorial do número 56. Acho que todos os que enviaram textos literários para o NÃO sentiram-se um pouco incomodados com o que escrevi: "...ao aceitar tantos contos e poesias os editores correm o risco de transformar o NÃO numa revista literária, primeiro passo para a aculturação e para o bom-mocismo." Não era minha intenção (nesta frase) incomodar ninguém, muito menos quem envia bons textos literários, como é o caso do Miguel e de tantos outros e outras. O que eu queria (e quero) é incentivar nossos leitautores a também enviarem matérias não-literárias. O NÃO precisa ter um pé fincado no inferno e outro no paraíso. Uma mão agarrada no pescoço da Zero Hora e a outra abanando para a torcida. Mas isso, claro, é o que eu penso (e posso colocar em prática quando sou o editor). Agora o problema é do Álvaro.

O Miguel também fala em "tomar posse definitivamente do pedaço", como se eu tivesse proposto uma demarcação de territórios - o que pode e o que não pode no NÃO. Nada mais injusto. Se eu levasse a sério a opinião do Giba, sócio-atleta-fundador-e-maioral-máximo do NÃO, as "Garotas que dizem NÃO" não diriam não jamais. O que aconteceu é que os editores (inclusive o Giba, no 54), até agora aceitaram o material (talvez temendo as reações violentas dos milhares de admiradores da seção). Quanto à seleção de textos do 56, só posso dizer que usei alguma coisa de todos os que enviaram suas matérias no prazo, deixando o NÃO com um tamanho descomunal. Lê quem quer. Escreve quem pode. Edita quem está escalado. Escala quem tem a senha do provedor. E não é o Zagallo.

E ainda resta uma farpa: o Miguel insinua que o NÃO está entrando "na trajetória de todo grande jornal: a sedução da publicidade". Tudo porque incluí, nas "Garotas que dizem Não", um logotipo e um link para o sítio da loja Ponto G, que emprestou alguns figurinos para as fotos. Não acho que isso seja publicidade (e muito menos sedução). É o mesmo que fiz até hoje em todos os filmes que dirigi: agradecer a um apoio recebido. Se alguém seguir o link e não gostar, basta voltar correndo para nossos braços. Nada menos subliminar e mais explícito. Como explícitos também são meus agradecimentos ao Miguel e a todos que colaboraram (e criticaram) o NÃO 56. Vamo lá, pessoal, agora é entupir o Álvaro Magalhães de ficção, não-ficção, alguma coisa bonita, quem sabe um troço bem feio, ou qualquer coisa no entremeio.

Gerbase


(44) Miguel Franco

Assunto: A LITERATURA E O NÃO OU O NÃO LITERALMENTE NOS ATURA?

Data: 16 de julho de 1998

Lendo o editorial do Não 56, preocupei-me com o fato de estar ajudando a estragar o Não com a aculturação e o bom-mocismo que, no dizer do editor, são características ligadas às revistas literárias (todas?). Também não sou da turma original do Não, apenas joguei botão, joguei testão, joguei futebol na AABB e com o Álvaro atrás do Básico,... pensando bem acho que eu era apenas da "página esportiva" do velho Não. Portanto, não tenho direitos adquiridos com relação a ele. Enfim, sou apenas um leitautor liternauta juvenilmententusiasmado. Vou me permitir algumas sugestões à editoria, para salvá-la de nós, bons moços:

1) reunir o conselho editorial (o editor, he, himself and him, ou she, herself and her, como diria esse outro "bom moço", embora velho na turma, o Just Bocó), escolher o material que bem poderia estar sendo publicado nas páginas de sua arqui-inimiga Zero Hora e reenviá-lo para o site lá dela, com recomendações expressas para publicação; ou

2) incluir, lá no finzinho, um ícone NÃO LITER(almente!) ATURA, a título de suplemento literário, jogando lá toda essa porcaria; ou

3) adotar a sugestão do item 2, sugerindo adicionalmente ao leitor internauta de má estirpe que a evite, sob pena de estragar sua reputação;

4) adotar as sugestões dos itens 2 e 3 e editar o suplemento às segundas-feiras, quando faltar luz ("sem stress!");

5) tomar posse definitivamente do pedaço e fechar as portas para as bobagens dos outros.

De resto, ainda sou mais a literatura do que a publicidade, ainda que seja petulância imaginar que meus continhos classificados como eróticos (também poderiam estar na seção de "bobagens em geral") possam excitar mais o imaginário que as "fabulosas" coleções da Ponto G.

A propósito, não vou perder a chance da provocação! Existe alguma relação entre a propaganda subliminar de que trata "O encantamento sublime", de Carlos "PONTOGGGGGGGG" Gerbase, e a incursão do Não na trajetória de todo grande jornal: a sedução da publicidade?

Miguel da Costa Franco


(43) Heron Hugo Heinz

Assunto: PARABÉNS, LULI!

Data: 7 de julho de 1998

Oi, estou escrevendo pra deixar clara a minha opinião: a Luciana editou o NÃO mais lindo da sua longa e tumultuada existência. Não só lindo como também com ótimos textos e colaborações femininas excelentes. Quanto à essa pendenga verborrágica entre Furtado e Guerra, não li, nem quero saber, só sei que conhecendo os dois, pro pau eles não vão porque não são disso (bem que fazem) e Jorge, tem gente que nem empanturrada de macarronada perde o charme...

Heron Hugo Heinz


(42) Frank Jorge

Assunto: POR DEMAIS ACALORADOS

Data: 6 de julho de 1998

Estava eu cuidando das minhas respectivas santas-ceias (formações escuras que ficam no meio dos dedos dos pés após 3 dias sem banho e todo mundo coça) quando resolvi entrar neste escarlate confronto de idéias. Imaginei colaborar opinando de modo objetivo e transparente para não deixar pedra sobre pedra e assim, correndo riscos de ser mal interpretado neste tão elevado debate, insiro agora um pouco deste modesto raciocínio franqueano.

Sei do quão preocupado com o erário público e conhecedor da lei (ram... ram...) é o nosso povo e lá esta ele, mal paga suas dívidas e quer apitar no quintal alheio... Antes que eu me alongue e fique com dor nas costas, entro de vez nesta peculiar troca de farpas. Lógico que antes preciso dizer que todos deveriam tomar banho de acordo com as suas consciências e santa ceia é coisa de macho. Veja bem: se tomar banho, não precisa trocar de roupa. Se não tomar banho, pode pôr perfume atrás da orelha. E se a tua mulher elogiar o cheirinho, pode dizer que és o mais asseado da família. Claro que tudo isto na dimensão do bom senso, diga-se de passagem. Nem tanto Omar, nem tanto Cardoso. Vamos à polêmica...

Deveria Cafu fazer uma cirurgia plástica e jogar contra a Holanda? Só de pensar no assunto me deu fome. Volto talvez depois do lanche. Ou quando a humanidade limpar a santa-ceia do cérebro.

Frank Jorge


(41) Jorge Furtado

Assunto: ERÍSTICA

Data: 2 de julho de 1998

Em resposta aos leitores, lamentantes, enojados e repulsantes ao meu artigo publicado na edição próxima passada:

1. Cara Cláudia Barbisan. Meu artigo, acho que não deu para entender, era uma RESPOSTA ao Otto, uma RÉPLICA à entrevista dele, publicada no CAC (jornal da Cooperativa Artigo de Cinema). Naquela entrevista, Otto falava mal da APTC, da Casa de Cinema, dos meus amigos e dos meus filmes. Pelo respeito que sempre tive - e continuo tendo - por ele, não vou deixá-lo falando sozinho. Me reservo o direito de publicar a réplica no Não, que renasceu também para isso, e não para "divulgar coisas legais, que enriqueçam a vida das gentes" (Zero Hora tá com uma promoção de assinaturas). O Otto tem o espaço que quiser no Não para publicar o que bem entender. Anti-ético? Ou você não sabe o que significa a palavra ética ou não sabe o que é ética. Para mim, dá no mesmo. Não manipulo nada. Não é editado e mantido por um grupo de pessoas, eu inclusive. Não me considero dono de nada. Seu texto não sustenta nenhum argumento, não responde nem propõe nada, não tem idéia alguma. É apenas a choraminga de uma alma sensível, chocada pelo debate. Achou deselegante? Para quem se atrolha de macarronada, você anda muito chique.

2. Caro Ricardo Kudla. Você acha mesmo que "ninguém quer saber" se as pessoas pegam dinheiro ou não? Dinheiro público? É bom saber disso. No próximo e-mail, por favor mande o número da sua conta bancária e a senha. A redação do Não está precisando de uns móveis novos. "Para mim é dor de cotovelo do Furtado" é um ótimo argumento. Muito bom mesmo. Deixa eu pensar um pouco como responder uma argumentação de tão alto nível... já sei! É a tua!

Jorge


(40) Carlos Gerbase

Assunto: AS DUAS MENSAGENS ABAIXO SOBRE "FURTADO X OTTO"

Data: 1 de julho de 1998

Talvez o próprio Jorge queira responder pra Cláudia e pro Ricardo, mas, como um dos editores do NÃO, me sinto na obrigação de dizer que:

1) também acho que a polêmica passou da conta e perdeu a graça, porque não está levando a lugar nenhum. E pior: parece uma briga pessoal, quando na verdade não é. A posição do Jorge não é isolada, nem nasceu de uma súbita vontade de brigar com alguém. Não sei bem porque, o Jorge virou uma espécie de porta-voz oficioso da posição da Associação Profissional de Técnicos Cinematográficos do Rio Grande do Sul (APTC-RS). Então acho que a briga deveria ser tranferida pro sítio da APTC, deixando o NÃO para as brigas mais divertidas.

2) o Otto já me disse que vai enviar uma resposta, que será devidamente publicada no NÃO 56. Basta que ele mande o texto em tempo hábil (lembrando que o prazo final para qualquer matéria é 5 de julho, daqui a quatro dias). Aliás, o NÃO sempre oferecerá direito de resposta a quem quer que seja, sendo nosso amigo (como o Otto) ou não. A diferença é que os amigos terão ilustrações muito mais bonitinhas.

3) ao contrário do que diz a leitora Cláudia Barbisan, o Jorge jamais "usou" ou "manipulou" o espaço do NÃO. Muito pelo contrário: ele ocupou o espaço que é SEU com total liberdade de expressão, do mesmo modo que todos os outros autores-leitores do NÃO fazem sempre. Além do mais, o NÃO jamais se propôs a "divulgar coisas legais, que enriqueçam a vida das gentes". Pelo contrário. Queremos que "as gentes" se dêem conta do inferno em que vivemos, de como somos bombardeados com merda todos os dias, de como é importante dizer NÃO! Claro que fazer isso com certo estilo é legal, enriquece a vida "das gentes" e pode até ser muito diverido, mas não me venham dizer que temos "responsabilidades" com os leitores. No NÃO não tem essa papinho furado de ser dono de um jornal. Quer ser dono? Abre o seu. Esse aqui é o nosso.

No mais, Cláudia e Ricardo, até o NÃO 56, que será tão polêmico quanto desejarem seus (muitos) donos. E voltem sempre.

Gerbase.


(39) Cláudia Barbisan

Assunto: FURTADO X OTTO

Data: 1 de julho de 1998

Deselegante. É o mínimo que tenho a dizer a respeito da verborragia irada do cineasta furtado contra o cineasta otto. Quem ganha com isso? Os leitores, nada. Acabei de comer uma macarronada e confesso aqui que fiquei enojada com tanto molho putrefato, ácido desta mágoa enfurecida. blergh... Anti-ético e desprezível senhor respeitabilíssimo furtado. É uma grande ganho os espaços pra se divulgar coisas legais, que enriqueçam a vida das gentes. Lamentável o contrário, ou seja, espaços sendo usados, ou melhor, manipulados por figuras que se acham o dono do mundo, ou pelo menos do cinema gaúcho. Muito tititi gaudério. sem mais delongas...


(38) Ricardo Kudla

Assunto: CRÍTICA CONSTRUTIVA

Data: 1 de julho de 1998

Caros editores da não:

Venho por meio desta comunicar a minha repulsa para com o artigo do Jorge Furtado. Ninguém quer saber se o Otto pegou dinheiro ou não, se os filmes dele ou do Jorge são melhores ou piores. Por que um problema pessoal entre os dois precisa ser divulgado, ou, diria eu, "lavado como roupa suja via internet?". Acho que tem assunto polêmico pra caralho no brasil e mundo. Isso é bate-boca de velha gagá. Pra mim é dor de cotovelo do Furtado, e o mais ético a ser feito é o direito de retratação ou resposta por parte de Otto Guerra. Agradeço a atenção.

P.S. - Vocês deveriam abrir uma seção para artistas virtuais exibirem suas obras. Poderia ser um sistema rotativo com 3 artistas por edição. Quem sabe não dá certo e vira um sucesso!!!! Sem mais.

Ricardo de Porto Alegre


(37) Valéria Lamego

Assunto: SUGESTÃO

Data: 30 de junho de 1998

Caros, muito interessante a revista eletrônica, mas como leitora de primeira viagem e carioca fiquei um pouco descontextualizada. Por que aquela polêmica com o Otto Guerra dos desenhos animados é tão quente, por exemplo? Quem são os leitores da não-til? Existe um espaço para "cartas", tipo Sr. Editor? Mas fora essas perguntas de uma desavisada estrangeira a revista é ótima e curiosamente regional sem o ser. Parabéns!

Valéria Lamego.


(36) Dante Sasso

Assunto: NÃO SABE

Data: 16 de junho de 1998

Ah, porra, depois de ler o NÃO fiquei pensando: se um monte de gente escreveu aquele monte de merda (alguns até mais de uma vez - e algumas vezes nem tão merda assim), por que eu, que também escrevo, NÃO poderia escrever também? Afinal, só porque nunca fiz um filme, nem escrevi um livro, nem entrei-no-meio-teatral-e-dirigi-uma-peça
-de-teatro-e-participei-daquela-corja-que-julga-os-projetos-de-licitação-só-pra-ver-a-peça-em-que-eu-participo-aprovada NÃO quer dizer que eu NÃO tenha opinião. O NÃO é bom, mas tão bom que chega a dar inveja (desculpa, NÃO resisti). NÃO, continue assim (apesar de nada).

p.s.: mandei uns textos também, só para vocês saberem que eu NÃO sou tão bom quanto vocês.
 


(35) Marta Rocha Guedes

Assunto: HOMENS MARAVILHOSOS

Data: 15 de junho de 1998

Assim como tem AS GAROTAS QUE DIZEM NÃO, vocês poderiam colocar também OS HOMENS QUE DIZEM NÃO. Por que só as mulheres? Pode ser qualquer homem, de preferência seminus, assim como as mulheres maravilhosas que vocês fotografaram. Qualquer coisa, tenho pessoas que gostariam de ser fotografadas. Entrem em contato pelo meu e-mail.

Marta Rocha Guedes.


(34) Artur de Faria

Assunto: A COISA TÁ INDO

Data: 15 de junho de 1998

1.Devagar, a coisa vai, como diria um carreteiro amigo meu (aliás, o Zé Adão tem uma pesquisa ótima pra descobrir se você tem tendências homossexuais [que, segundo ele, são que nem mediunidade: todo mundo tem, mas uns não desenvolvem]. Ele [o Zé] pergunta: - Qual é a primeira coisa que te vêm à cabeça quando eu te convido pra comer um carreteiro?..). Anfã (pra entrar nesse clima de Copa): Tá bem melhor esse número novo. Visualmente, em termos de contchúdo (como diria o Leonel) e tudo mais. Começa a perder aquela cara de uau-a-gente-é-uma-turma-legal-cool- e-inteligente-e-tao-mas-tao-legal-que-até-vai-dividir-com-vocês-nossa-supremacia-racial.

2.A Clara Averbuck (alinhás, minha afilhada) é um imenso talento pronto pra ser descoberto. Tanto escrevendo quando cantando (ainda que precise de umas aulas de técnica vocal).

3.E já que falei em precisar de técnica vocal, outro grande talento na pena e - agora - no teclado é o Frank Jorge. O texto da mãe é uma obra! Os versinhos também são legais. Aliás, falando em teclado, ele tá com um trabalho novo e solo que é muuuito melhor do que a Graforréia ou qualquer outra de suas múltiplas iniciativas. Parece que a idade mental musical dele tá finalmente encostando na etária. Procurem a fita, vão nos xô, esperem o CD. E dêem um jeito de incluir em Real Audio aqui no Não ao menos a pérola "Homem de Neandertal". Ou ainda "Prendedor", que inclui o lancinante (!) verso: "Não vai ser um simples prendedor/ pendurado no varal que vai nos prender/ Se todos os rebentos já rebentaram/ O que tinha de ser rebentado". Ou coisa parecida.

4.Quanto ao Alvinho Magalhães, alguém lembra do Ubaldo? Alguém precisa passar uns Prozac prele curar a paranóia...

5.Reitero a minha estupefação com a ausência do Zimi Zoe nestas vetustas páginas virtuais. Se bem - pensando bem - ele é tão Não que diz só poderia dizer não ao Não (putz, acho que o caetano já fez melhor esse trocadilho antes de passar a incensar o parente baiano do Alvinho porque ele o velho é tão atencioso com Dona Canô...).

6.Sem mais, resta dizer ao Gerbase que as peladas tão melhorando, mas ainda tem muita roupa. Não é possível que ele não consiga aliciar alguma aluna mais saidinha. Pô, Gerbase, nos meus tempos de Famecos tu tinha mais moral com o belo sexo! Tudo bem que lá se vão dez anos e as atuais alunas devem ter ouvido espantadas os pais comentarem que os Replicantes eram aquela banda do (GRANDE!) Wander Wildner, mas persevera e triunfarás!

Abrazzos negativos a toda massa funkeira (como diria o pessoal da Comunidade Nin-Jitsu).

Arturo Toscanini de Faria

Ps. A gente podia fazer um Cafezinho com o povo do Não, né? Ainda que o Alvinho ache que a gente se vendeu ao capitalismo ianque internacional...


(33) Cristiano Zanella

Assunto: BAIXA O NÍVEL QUE O IBOPE AUMENTA, PORRA!!!

Data: 14 de junho de 1998

A polêmica NÃO pode e NÃO vai parar! Calculo que o editor do próximo NÃO será o magro Gerbase, certo? Pois este punheteiro pelou (?) a nossa produtora Barbara e não sairá impune!!! Galera: pau neles!!! Abraços pros amigos e beijos pras fãs, rumo ao penta (hexa pros gremistas),

Zanella.


(32) Álvaro Magalhães

Assunto: COMISSÃO DE ÉTICA COM PAREDÃO!

Data: 13 de junho de 1998

Estou estupefato. Na ZH deste sábado, 13/06, saiu uma notinha na contracapa do segundo caderno sobre o NÃO, "uma experiência jornalística" de um punhado de amigos que agora conta com gente famosa como Jorge Furtado, L. A. Fischer, Fiapo Barth, Guel Arraes e Carlos Gerbase, entre tantos outros..", cheia de fotos lindas em locais da moda... "Experiência Jornalística" é a mãe! Podem não gostar do que pinta no Não, mas baixar tanto o nível?? Lembrei-me dos meus tempos de prefeitura petista quando os da diretoria de "esquerda" ficavam putos com as notinhas plantadas pela diretoria da "direita" no pasquim da burguesia. Mas isso no Não, Não! Quem escolheu os nomes a serem destacados? [Se ainda tivessem me promovido....] Do jeito que a coisa vai, o próximo número vai ser lançado no Birra e Pasta com coquetel, performance "artística" e com "apoio cultural" da RBS. Se não tinha disputa interna, agora tem !!! [Não interessa o que está em disputa, mas podem avisar o Barrionuevo...] Convido a todos (menos os culpados) para uma ação depuradora, em nome sei lá do que.... . A História mostra que nós - os medíocres e obscuros - temos grandes chances de foder com eles e com tudo. (Ou então me paguem bem pelo meu apoio e para usar o nome do Não em vão....)

Álvaro Magalhães

P.S. Ou será que tudo foi tramado pela RBS para nos dividir ???


(31) Sandra Costa

Assunto: NÃO, NÃO, NÃO

Data: 13 de junho de 1998

Tolerância. Não, não, não. Sabe aquela negação amistosa, que em vez de negar três vezes, quer dizer "você não toma jeito mesmo"? Três nãos juntos que equivalem a um sim tolerante. Não, não, não. Nós não somos unívocos. Não!

Não, gostei de você. Tanto que estou a enviar uns textos para o seu conselho editorial. Abraço!

Sandra Costa


(30) Marcelo Lima

Assunto: CAVALICES E BIZARRICES

Data: 1 de junho de 1998

Na verdade, qualquer superoitista daria a mãe para receber um cheque do Tio Roberto (marinho) e usar a parafernália do Projac. O problema é o seguinte, Comédias-da-Vida-Privada foi a melhor coisa que já surgiu na televisão, deveria ser produzido em película, como as séries Mulher e a Justiceira. O que eu detesto é entrar numa sala de cinema, pagar 7 paus e ver um programinha de televisão mela-cueca. Coisas como Pequeno Dicionário Amoroso, Como Ser Solteiro? e o episódio do Jorge Furtado no filme Felicidade é... tornaram-se uma repetição idiota daquela linguagem irônica usada tão bem em Ilha das Flores. A diferença de Ilha das Flores para os outros antes citados é que os outros não me acrescentam nada. E a verdade sobre os superoitistas é que contar a nossa vida de Anchietano-Famequiano não tem a menor graça, legal mesmo é fazer filmes cavalices e bizarrices.

Marcello F de A. Lima (anchietano e famequiano, além de superoitista)


(29) Álvaro Magalhães

Assunto: LUCIANO, REI E CULTURA

Data: 26 de maio de 1998

Não sei o que é pior: se gastar uma grana pra capitalizar a RBS ou então esta empulhação passar batido como espetáculo cultural. Acho que o pior é o fato de que ninguém veio a público dizer que isto é música de oitava categoria, ou como diz o Davizinho, de classe Z menos. A propósito: como foi legal a vaia no Paulo Santana no show do Paulinho da Viola.


(28) Paulo César/Foguinho

Assunto: CARTA PARA O NÃO

Data: 20 de maio de 1998

Sr. editor: A Zero Hora é tão a favor do Britto e do Grêmio que, num momento em que o tricolor está vivendo o ócio, depois de ser desclassificado dentro de casa da Copa do Brasil e do Campeonato Gaúcho, ainda dá mais destaque para o time do coração do editor do que ao colorado, ainda vivo e único time da capital no campeonato gaúcho. A próxima partida decisiva à vista é Inter x Veranópolis, semifinal do Gauchão, mas a ZH fica botando esparadrapo na crise do Grêmio, passando talquinho no Cacalo, e tem o disparate de destacar o retorno de um jogador bichado como o Robert, no time de Edinho, a saudar a volta de Fabiano, um pesadelo doloroso demais para ser lembrado pelo torcedor do Olímpico. O provincianismo da editoria de Esportes de ZH é tal que os caras tocam flauta no Inter numa matéria corriqueira e monótona. Tipo assim: Roger, lateral do Grêmio, jogou ontem um bolão, mas nas últimas partidas estava muito mal, lembrava até um desses laterais que o colorado contrata de 3 em 3 meses e são uma porcaria. Nunca vi isso. O sujeito se aproveitar do fato de ser editor de um dito grande jornal e tocar flauta no texto final. A mim, soa como um deslumbrado que veio do cú do mundo e está embasbacado com o fato de ser editor de um dito grande jornal. Não há paralelo em nenhum outro grande jornal do Brasil ou do mundo. Mesmo no Rio, os jornais puxam o saco do Flamengo por uma questão mercadológica (70% da torcida é Mengo), não por paixão clubística. Acho que quando o cara é profissional, tem que adotar uma postura adequada. Ou é profissional e age como tal, ou é torcedor, veste a camisa, pega uma bandeira e vai tocar flauta no boteco da esquina. É mais honesto. A guerra da flauta também tem ética. Para ser uma brincadeira, e não uma arrogância. O status quo é Britto e é Grëmio e é ZH e é RBS. Classe média emergente. Puro marketing de quinta. Viva o colorado! Viva o povo! Viva a revolução! Viva a macacada!

foguinho (paulo césar teixeira) rio - ipanema - parafraseando o scotto, território livre das mulatas, do samba, do carnaval, do mengo e do futebol-arte. rj. brasil. via láctea.


(27) Paulo César/Foguinho

Assunto: OUTRA CARTA PARA O NÃO

Data: 20 de maio de 1998

E tem mais: esse negócio de bancar o Nélson Rodrigues no texto final da editoria de Esportes é ridículo. Nélson era gênio porque era simples. Agora, qualquer reporterzinho de merda achar que é Dostoievski é o pior mal do jornalismo atual. Pastiche do pastiche. Pastelão do pastelão. Prefiro os 3 patetas. Prefiro aqueles pastéis de boteco de beira de estrada, com cara de 3 anos. Vida que tem cara de espontânea, que passa. Os filhos do Augusto Nunes não chegam aos pés do Stefanelli. E da canela macia da Eliane Brum. Por favor, voltemos ao onde, quando, por quê e quando. E principalmente o quanto. Posudos. Mediocridade. Chega de insultar os colegas. Porque o desafio maior continua sendo a simplicidade. O Scotto, por falar nisso, é um mestre nisso. É um dos melhores repórteres policiais que já conheci, mas desde que se mudou para Florianópolis encerrou a carreira. Por falta de assunto! Em Floripa, não acontece nada.

Foguinho (Paulo César Teixeira) Ipanema - território livre da falta de liberdade.


(26) Franklin da Flauta

Assunto: NÃO QUERO NEM SABER

Data: 11 de maio de 1998

Não quero nem saber o que vocês pensam dos seus leitores. Parece coisa da Paraíba (a bandeira do Estado sempre me intrigou), faz tempo que aprendi a dizer NÃO para um monte de coisas. Só que para sobreviver é melhor dizer TALVEZ na maioria das vezes. Simpática a sua página. Estava procurando a página do CURTA BRASIL, da TVE daqui (NÃO achei), e acabei tropeçando em vocês. NÃO li nenhum artigo, TALVEZ tenha assistido a algum filme do Gerbase, dei uma olhadinha nas garotas que dizem "NÃO me incomodo de ser exposta na rede" e confesso que caí no conto do "vai encarar" duas vezes, só reagi quando me chamaram de idiota. Voltarei outra hora para ler mais detidamente. Um abraço sem mais milongas. Franklin da Flauta Visitem minha homepage: (endereço retirado pelo editor - veja o MANUAL DE REDAÇÃO). Lembrei! Assisti a "Deus Ex Machina", numa mostra em 1997, creio. Do caralho, tchê!


 

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