BOMBAS DE PENETRAÇÃO, quatro dias de guerra
por Patrícia Francisco
Ligo a tevê ao chegar do trabalho. Não dá outra. Explosões tecnológicas incríveis que possibilitam que uma bomba penetre a fundo a superfície terrestre para depois se ouvir o som e a fumaça aos poucos eclodiando para o céu.
Não consigo dormir. Imobilizada na frente da tevê que me mostra que o presidente Bush está cuidando da paz mundial e eu não consigo me sentir trânqüila mesmo assim. Ataques pelo ar, pela terra, na minha casa?? Penso na segurança e no terrorismo, na guerra e na paz.
Os olhos congelados nas imagens verdes, nos pontos de luz, nas mil e quinhentas bombas de sexta-feira, na aproximação entre as pessoas que todo esse horror provoca. Aquela mesma imagem que penetra nos olhos, penetra nas cidades iraquianas. Na tela da tevê é brilho...
ONU, Eua, Inglaterra, Austrália, Espanha, Papa, França, Brasil, China, Rússia, Saddam, Lula, Bush, as principais vítimas são sempre a população, no caso, iraquiana.Como somos fracos perante a imponência das bombas, sinto-me impotente e tendo que aceitar.
Porque nesse momento só posso olhar, conversar com os amigos sobre as bombas de penetração, e também, por esse texto, manifestar o meu desejo contra à guerra. E escrever novamente que sinto-me impotente, porque a irracionalidade tomou conta do mundo.
O interesse todos nós sabemos. Petróleo, Euro, Dólar. Todo o mundo fazendo passeatas, aumenta a porcentagem dos ingleses contra a guerra, já a os americanos continuam na minoria contra à guerra. Desligar a televisão. Não.
Tem pessoas que dizem "não quero ver isso" e não sabe que isso é e faz parte da sua vida. Ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais. O mundo é maior. Sei que pode ser ingênuo, mas a humanidade é mais importante que o petróleo e o armamento químico.
Não sei mais o que dizer, infelizmente, o resto é ainda explosão: